O grupo Unidos pelo Tejo quer reverter a proibição da pesca lúdica nas Zonas de Pesca Profissional (ZPP) do Médio Tejo entre a Chamusca e Ortiga, tendo criado uma petição que conta já com cerca de duas mil assinaturas.

Em declarações à agência Lusa, Nuno Ribeiro, do grupo de cidadãos, contou que o objectivo é conseguir as assinaturas necessárias para levar a reavaliação da proibição da pesca lúdica dentro das ZPP do Médio Tejo a debate na Assembleia da República (AR).

Em causa está a proibição, desde 2015, de pescar de forma lúdica/em lazer num trecho do Tejo com 52 quilómetros entre a Chamusca e Ortiga, concelho de Mação.

A petição conta, segundo o grupo, com o apoio dos presidentes das câmaras da Chamusca, Golegã, Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Abrantes e Mação.

“Em 2015 saiu um edital novo emitido pelo ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] tutelado pelo Ministério do Ambiente que proíbe a pesca lúdica”, contou.

De acordo com Nuno Ribeiro, é permitido pescar de forma profissional/tradicional e a actividade é também possibilitada a pescadores de barco com rede e na forma de treinos para pesca de competição, sendo obrigatório o cidadão ser federado e apresentar prova de associado/federado.

“A pesca lúdica é feita […] pela pessoa que gosta de estar no rio, passar tempo no rio à pesca e não pode pescar por ser proibido. A única pesca que se pode fazer é a profissional e a de pesca de competição federada, ou seja, só os ‘atletas’ têm autorização para pescar no rio”, lamentou.

Existem duas ZPP que, juntas e de forma ininterrupta, compõem um troço de 52 quilómetros sem área de permissão de pesca lúdica.

“O rio está deserto, ninguém vem ao rio. O rio em 52 quilómetros de extensão que começa na Chamusca e vai até Ortiga não tem um único sítio para se fazer pesca lúdica. A pesca lúdica paga uma licença, sendo o mínimo de 12 euros na região e 20 euros a nível nacional, e, por exemplo, um profissional paga cinco euros. A nível de receitas só aí o Estado está a dar um tiro no pé. Os pescadores profissionais são poucos comparativamente com os lúdicos, que são milhares”, sublinhou.

Nuno Ribeiro contou também que a nível dos municípios tem havido uma posição de incompreensão para com a proibição e que “os autarcas estão solidários”, até porque a limitação afecta a economia local, sobretudo ao nível da restauração e do alojamento.

“Ao longo dos anos houve gente a título individual e também a nível autárquico que fez uma exposição sobre a matéria. Questões dirigidas ao ICNF sem sucesso”, disse.

Nesse sentido, foi formado o Grupo Unidos pelo Tejo, para tentar chamar a atenção para a situação, que os participantes consideram ser importante para a região.

“Decidimos em junho avançar com uma petição para conseguir levar o assunto a debate à AR”, concluiu.

Leia também...

Músico dos Santos & Pecadores morre vítima de acidente de trabalho em Tremez

Rui Martins, um dos músicos da banda Santos & Pecadores, morreu na…

Médico detido por abuso sexual de menores

Um homem de 27 anos foi detido esta manhã no Bairro de…

Alterações ao Código da Estrada entram em vigor amanhã com multas agravadas

As alterações ao Código da Estrada aprovadas em Novembro entram na sexta-feira,…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…