As brigadas do grupo prosseguem as suas actividades durante o mês de Agosto, em Santarém e Pernes, com o intuito de combater a escassez de reservas de sangue nos hospitais.
O Grupo de Dadores de Pernes vai continuar com as suas brigadas de recolha de sangue, durante o mês de Agosto. “Começamos logo em Agosto, no dia 1 e no dia 15 aqui, na Casa do Campinho. Depois temos a recolha em Pernes, a nossa segunda recolha anual, que é no dia 17 de Agosto”, anunciou Mário Gomes, presidente do grupo, durante a recolha do passado dia 25 de Julho, realizada também na Casa do Campino.
Para além das próximas datas anunciadas, o presidente do grupo revelou também que, no mês de Julho, aderiram às campanhas de recolha de sangue, organizadas pelo grupo, por volta de 100/150 pessoas. “Os números são aproximados aos do ano passado, talvez um pouco mais. Embora nós tenhamos sempre necessidade de que os números sejam cada vez melhores. Porque as faltas de sangue em Portugal são imensas e as pessoas às vezes não se apercebem”, alertou Mário Gomes.
Um dos motivos para a atual escassez de reservas de sangue em Portugal, deve-se ao período de férias. “É o período em que a maior parte das pessoas se deslocam. E também com o facto de se calhar, nessa altura, as pessoas fazerem mais viagens para fora. E isso depois também leva a motivos de suspensão para a dádiva de sangue”, justificou Sabina Ferreira, médica do Instituto Português do Sangue e da Transplantação de Lisboa, que traçou ainda o panorama das reservas de sangue nos hospitais portugueses. “Há falta de grupos sanguíneos, especialmente o grupo 0 e A, os positivos e os negativos. Algumas cirurgias têm sido adiadas, por causa dessa falta. Estamos a tentar colmatar com mais sessões de colheita e também com o alargamento de horários de funcionamento de algumas instituições”, afirmou.
Para Sabina Ferreira, as medidas para combater esta escassez de sangue passa, sobretudo, pela sensibilização. “Fazer alertas à população, para esta escassez. Falar-se nisso, junto da comunicação social, das condições para se dar sangue. Para também desmistificar um pouco a dádiva de sangue. Para as pessoas também verem que muitas podem dar”, frisou.
A sensibilização incide, principalmente, nos mais jovens. “As pessoas novas, que têm mais de 50 quilos, mais de um metro e meio de altura e mais de 18 anos, era muito importante que se tornassem solidários e que pudessem dar sangue e trazer outros colegas com eles, para virem dar sangue”, apelou Mário Gomes.
Houve, no entanto, aqueles que responderam ao apelo. É o caso de Margarida Marques, jovem que deu pela primeira vez sangue. “Sei que há falta de sangue nos hospitais e é uma forma de ajudar”, apontou a jovem que pretende continuar a ir a mais recolhas de sangue, futuramente. Margarida Marques fez-se acompanhar pela sua mãe, Paula Antunes, dadora desde os seus 20 anos e que já participou em diversas recolhas. “Eu gosto sempre de vir dar sangue porque também sei que estou a contribuir para salvar vidas. É fácil, não custa nada. E acho que toda a gente devia fazer”, referiu.
Apesar da importância das recolhas organizadas pelo grupo, Mário Gomes considera que devia haver mais apoios e incentivos ao Grupo de Dadores de Pernes. “O apoio que nós recebemos da autarquia é escasso, porque nós não somos nenhuma coletividade, nem desportiva, nem recreativa. E as autarquias normalmente olham para as associações desportivas e recreativas, que têm um apoio totalmente diferente que nós, dadores de sangue, temos”, evidenciou o presidente do grupo que encara, no entanto, o futuro com um certo otimismo. “Pode ser que as coisas melhorem daqui para a frente e que eles olhem para os grupos de dadores com olhos de ver. Como eu dizia, nem toda a gente pode dar sangue, nem toda a gente quer dar sangue, mas ninguém pode dizer que não quer receber sangue”, relembrou.
As próximas recolhas de sangue do Grupo de Dadores de Sangue de Pernes realizam-se nos dias 1 e 15 de Agosto, na Casa do Campino, entre as 15h00 e as 19h30, e no dia 17 de Agosto, na Escola D. Manuel I, entre as 9h00 e as 13h00.
