Foto ilustrativa

Cinco Grupos de Ação Local (GAL) com ligação ao Tejo reuniram-se hoje em Abrantes para debater as ações desenvolvidas em torno da sustentabilidade, turismo e património, tendo salientado o “potencial” do maior rio ibérico no desenvolvimento dos territórios ribeirinhos.

“Em primeiro lugar, nós temos que dar conta que o rio Tejo tem um potencial enorme, do ponto de vista sobretudo turístico e de valorização do património, porque o Tejo, que começa na entrada, em Espanha, é um Tejo completamente diferente do dos avieiros e, se pensarmos do ponto de vista turístico, nós conseguimos aqui criar pacotes muito interessantes, que até agora estão, no nosso entender, subaproveitados”, disse hoje à Lusa a técnica coordenadora da Tagus – Associação para o Desenvolvimento do Ribatejo Interior, que agrega os municípios de Abrantes, Constância e Sardoal, no distrito de Santarém.

Conceição Pereira falava à Lusa no Parque Tejo, em Abrantes, na conferência final do projeto de cooperação interterritorial Tejo Vivo, liderado pela Tagus e que envolveu ainda os GAL da Adraces – Raia Centro-Sul, Adirn – Ribatejo Norte, Aproder – Ribatejo e Pinhal Maior – Pinhal Interior Sul, a par de outros agentes locais do Tejo Ibérico, nomeadamente GAL’s espanholas.

Na conferência fez-se uma “reflexão sobre o que se faz a nível nacional e internacional” e foram definidos os próximos passos a serem tomados pelos territórios ribeirinhos, no seguimento do trabalho iniciado em 2023.

“Há aqui um conjunto de conclusões que nós tiramos, nomeadamente esta dinâmica que é preciso criar do ponto de vista turístico ou pensar o turismo com os olhos, não com os olhos de quem o visita, mas também de quem o habita e de quem o utiliza”, disse Conceição Pereira.

Segundo a técnica, decidiram ainda pensar na questão da sustentabilidade agrícola, criar ações mais fortes, mais articuladas e solidificar a parceria, entre outros.

O encontro juntou hoje os vários parceiros para “avaliação, partilha de conhecimentos e reflexão conjunta sobre questões relevantes no âmbito das áreas agrícola, ambiental e turística”, atividades desenvolvidas pelos vários parceiros nacionais nos últimos 18 meses.

“As temáticas foram sempre muito ligadas para a questão do turismo, da valorização do património e também para a questão da agricultura porque, neste quadro comunitário, os grupos de ação local trabalharam (…) de modo a garantir que os nossos agricultores, sobretudo aqueles que têm uma agricultura próxima do rio Tejo, utilizem meios sustentáveis, utilizem a água de forma consciente e também eles partilhem experiências entre os vários grupos”, declarou a responsável.

Segundo Conceição Pereira, o dia de hoje foi para “uma reflexão global do que foi o projeto”, analisar se atingiram ou não as metas, mas, sobretudo, “lançar os desafios para o futuro”.

“Pensarmos conjuntamente o que é que para nós é importante fazer, como, por exemplo, torná-lo um destino turístico organizado, usufruir as zonas ribeirinhas e atrair mais visitantes aos territórios rurais do Tejo, associando a valorização dos recursos endógenos e do património ao rio”, explicou.

Em declarações à Lusa, o presidente da Tagus, cuja direção é rotativa pelos três municípios da sua área de abrangência, afirmou que “os municípios têm feito um investimento incrível nas margens do rio para devolver o rio às comunidades”, tendo feito notar ser necessário que as instituições da região “estejam permanentemente disponíveis para abordar este tema do rio” Tejo.

“É sempre tempo para falar do rio Tejo e da sua importância, quer do ponto de vista histórico, patrimonial, quer do ponto de vista da nossa identidade, enquanto povos ribeirinhos, e o rio Tejo desempenha um papel importante em toda as nossas vidas”, declarou Manuel Jorge Valamatos, também presidente da Câmara de Abrantes e da CIM Médio Tejo.

Para o autarca, o objetivo é “aproveitar e continuar a valorizar infraestruturas e estruturas capazes de acolher dinâmicas de desporto, culturais, sociais, gastronómicas” em torno do rio.

O Tejo Vivo é um projeto de cooperação interterritorial, dinamizado por cinco GAL portugueses, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável dos territórios ribeirinhos do Tejo.

Esta rede congrega 22 municípios, onde residem cerca de 415 mil habitantes, numa área que se estende por mais de 9 mil km2.

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