Honramos, em Gonçalo Ribeiro Telles, no centenário do seu nascimento, o Professor, o Arquitecto Paisagista, o homem político, o defensor do mundo rural, e da cidade entendida como o enlace da sociedade e da natureza, e não como puro artifício. Nele honramos, no quadro da legislação que criou, a resistência à destruição dos espaços naturais e da sua cultura, e a aposta na identidade humana com a Terra, que se configura na valorização da ruralidade.
Honrar Gonçalo Ribeiro Telles é defender o municipalismo como forma de organização cívica e de respeito pela história, em vez da artificialização e centralização administrativa constantes. É pugnar pela centralidade do solo, da sua proteção, conservação, regeneração.
É agir sempre com base no respeito consequente pelas áreas protegidas, valores naturais, ecossistemas e biodiversidade.
É defender o ar, a água e o solo como fontes primaciais da vida. É defender políticas agropastoris-florestais coerentes. É defender as características sociais, culturais e locais dos territórios e das paisagens, se necessário transformando-as, inspirando-nos no seu passado para, recorrendo ao seu carácter e dinâmica genuínas, construir aquelas que o presente e o futuro reclamam, na perspectiva de uma nova interpretação da modernidade.
É entender e actuar na paisagem enquanto sistema vivo, resultante da união íntima entre ecologia e cultura, respeitando a memória biofísica e antropológica que a configura. É pensá-la como espaço de vida e valor identitário e concebê-la muito para além de simples cenário.
É acreditar que a paisagem é uma realidade fundadora da qualidade de vida das comunidades.
É combater os desperdícios, a entropia dos sistemas energéticos e produtivos, defendendo a escala adequada dos sistemas alternativos, sempre num quadro da maior participação das populações e das comunidades, concretizando de forma definitiva a rejeição que foi a sua da energia nuclear e tornando obrigatório o desinvestimento nas energias fósseis.
Honrar Gonçalo Ribeiro Telles é dar continuidade ao seu pensamento e à sua obra. Este texto foi elaborado pelo Grupo «Olhar o Futuro com Ribeiro Telles» e assinado por António Elói, Aurora Carapinha, Fernando Pessoa, João Reis Gomes, José Carlos Costa Marques, Margarida Cancela de Abreu, Manuela Raposo Magalhães e Paulo Trancoso, e por eles proposto à subscrição de algumas dezenas de pessoas, 86 das quais o subscreveram.
São elas:
Alexandra Azevedo
Alexandre Cancela de Abreu
António Arruda
António Braga
António Cândido Franco
António Covas
António Gonzalez
António Lampreia
António Luís Crespi
António Serzedelo
Arminda Deusdado
Armindo Rodrigues Silveira
Bento Morais Sarmento
Carlos Marques
Carlos Martins
Carlos Pessoa
Carlos Pimenta
Elísio Summavielle
Eugénio Sequeira
Fernando Nunes da Silva
Filipe Jorge
Francisco Ferreira
Helena Freitas
Helena G. Pinto
Helena Roseta
Isabel do Carmo
Isabel Elias
Jacinto Rodrigues
João Bau
João Carlos Caninas
João Ceregeiro
João Gabriel Silva
João Gouveia
Jorge Leandro Rosa
Jorge Marques da Silva
Jorge Paiva
José Carlos Morais
José Luís Almeida e Silva
José Marques Moreira
José Sá Fernandes
Luís Carloto Marques
Luís Coimbra
Luís Silva
Luís Vicente
Luísa Schmidt
Manuel Costa Alves
Macário Correia
Manuel Antunes
Manuel Carlos Silva
Manuel Colares Pereira
Manuel Ferreira dos Santos
Manuela Araújo
Manuela Correia
Margarida Correia Marques
Margarida Silva
Maria João Cunha
Maria Calado
Maria José Varandas
Mário Benjamim
Mário Tomé
Mendo Castro Henriques
Miguel Bastos Araújo
Miguel Oliveira e Silva
Miguel Sousa Tavares
Mila Simões de Abreu
Nicole Januário
Nuno Farinha
Nuno Nabais
Paula Marques
Paulo Constantino
Paulo Ferrero
Paulo Soares
Paulo Talhadas dos Santos
Pedro Alexandre Triguinho
Pedro Soares
Pedro Quartin Graça
Raimundo Quintal
Rui Cortes
Rui Cunha
Sérgio Infante
Silvia Carreira
Suzana Fonseca
Teófilo Braga
Tomaz Albuquerque
Valter Vinagre
Viriato Soromenho Marques