O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, espera que a Infraestruturas de Portugal (IP) possa reabrir, em breve, a Estrada Nacional 114 nos dois sentidos.
Segundo informou na reunião de câmara, na passada segunda-feira, dia 06, a autarquia já recebeu o relatório das medições dos inclinómetros – instrumentos utilizados para medir deformações e deslizamento de terras – colocados na Encosta de Santa Margarida que confina com a EN114.
O relatório, diz Ricardo Gonçalves, conclui que “não existem movimentos de terras significativos”, sendo que a segurança de circulação naquela via está “salvaguardada”.
“Não existe nada de preocupante naquela zona, que está a ser alvo de obras”, afirmou o autarca, informando que, esta semana, o município vai oficiar a IP para que a circulação integral na EN 114 seja retomada.
“Um dos requisitos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) era que a leitura dos inclinómetros fosse feita após um período de chuva intensa e assim aconteceu. As medições foram realizadas no dia 13 de Dezembro, após a passagem da tempestade “Elsa” e as leituras estão dentro dos parâmetros”, afirmou Ricardo Gonçalves, acrescentando que, neste momento, não existem razões técnicas que impeçam a reabertura da estrada nos dois sentidos.
Recorde-se que o troço da Estrada Nacional 114 (EN114) entre Santarém e a ponte sobre o Tejo D. Luís, encerrado há cinco anos, reabriu no passado dia 17 de Julho de 2019, apenas no sentido descendente e interditado a veículos pesados.
O troço, com uma extensão de cerca de 1,35 quilómetros, havia sido encerrado em Agosto de 2014 devido a uma derrocada na encosta de Santa Margarida.
A intervenção, no âmbito do Plano Global de Estabilização das Encostas de Santarém, decorrente de um protocolo assinado entre a Câmara de Santarém, o Governo e a Infraestruturas de Portugal, foi dada por concluída pelo município (que ficou como dono da obra) em Setembro de 2018.
A IP fez depender a reabertura do troço da EN114 da instalação de inclinómetros pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), o qual emitiu um relatório que autoriza a abertura condicionada, podendo a circulação fazer-se apenas na faixa mais afastada da encosta.
Assim, a circulação, está a fazer-se apenas no sentido Santarém-ponte D. Luís, com o trânsito basculado numa extensão de 240 metros, no trecho de via onde decorreu a intervenção, fazendo-se aí pela faixa mais afastada da encosta. A circulação em sentido contrário processa-se pela antiga EN365, passando pela estação ferroviária.
“Cumpre esclarecer que a empreitada em execução é de abrangência muito lata, que inclui, não só a encosta da Santa Margarida, directamente confinante com a EN114, mas também outras encostas da Ribeira de Santarém e S. Bento”, afirmou Ricardo Gonçalves, sublinhando o papel do município num “projecto estruturante para o concelho e para o país” que depende directamente do Governo.
O autarca assegurou ainda que o município está a cumprir as obrigações que assumiu nos protocolos firmados com o Governo e com a IP, frisando que a monitorização das encostas, “através dos equipamentos instalados “, compete ao Ministério da Economia, através do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.