O Auditório da Escola Superior de Saúde recebeu na segunda-feira, 25 de Outubro, a Sessão Solene de Abertura do Ano Lectivo do Instituto Politécnico de Santarém, instituição que disponibilizou um total de 971 vagas nas 19 licenciaturas das suas cinco Escolas.
Na sua intervenção, João Moutão salientou precisamente esse facto e falou dos desafios futuros de uma instituição de ensino apostada em promover “uma cultura responsável, solidária e de coesão social”.
“A instituição tem tido cada vez mais procura. Há cada vez mais gente interessada em vir estudar para o politécnico de Santarém. Tivemos, já no ano passado, um aumento na procura, e aumentámos este ano em cerca de 5 por cento”, afirmou o responsável do IPSantarém.
“Tivemos cerca de 971 vagas a concurso e, este ano, apesar de aumentarmos o número de vagas, tivemos quatro vezes mais candidatos do que vagas disponíveis”, elucidou.
Para João Moutão, trata-se de “um grande resultado”, demonstrativo que “a instituição é procurada”. “E isso deve-se a todo o trabalho que tem sido feito”, referiu.
Aos novos estudantes, o presidente do IPSantarém deixou a mensagem de que na instituição “vão ter uma formação sólida do ponto de vista científico, técnico, mas também cultural, social, humanista, com uma plena integração no mercado”.
“Não vemos o estudante só como um receptáculo de conhecimento: ele é parte da nossa comunidade e tem que ser desenvolvido em todas as suas dimensões. É por essa razão que o Politécnico de Santarém é das instituições de ensino superior que os ex-estudantes mais recomendam”, disse.
Destacado algum do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, nomeadamente as apostas na investigação, na internacionalização, com a atracção de estudantes estrangeiros, e também o desempenho da instituição ao nível da empregabilidade, em que ocupa o terceiro lugar a nível nacional entre os institutos politécnicos, João Moutão, apontou como estratégia futura “cooperar mais com as empresas” e pôr ao serviço do desenvolvimento regional a produção científica da instituição com cerca de quatro mil alunos.
Nesse sentido, João Moutão acredita que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) será “uma oportunidade de ouro” para o Politécnico que precisa, mais do que nunca, de se “mobilizar para este desafio”.
Para o presidente do IPSantarém, este instrumento, que tem três metas fulcrais, nomeadamente o aumento da participação dos jovens no ensino superior, a graduação da população e o aumento da investigação e desenvolvimento, “não pode ser desperdiçado”.
“Temos de nos mobilizar para que, no âmbito deste Plano, consigamos aproveitar essa oportunidade para dar um impulso para a próxima década. Queremos ter melhor infra-estruturas, e que as escolas tenham estruturas tecnológicas de crescimento”, disse.
“O maior problema que enfrentamos é prepararmo-nos para esta novidade, ter uma organização e serviços eficientes para servir uma comunidade académica cada vez maior”, afirmou.
“Temos que decidir que Instituto queremos para a próxima década face à realidade que temos hoje, e aos desafios actuais”, apelou.
Na sua intervenção, o responsável afirmou ainda que, para crescer, o Politécnico precisa de ter uma maior capacidade de resposta ao nível de alojamentos de estudantes.
“Não é possível aumentar o número de estudantes sem aumentar a capacidade de alojamento. Em Rio Maior, temos já aprovado o financiamento da residência de estudantes e em Santarém temos já alguns edifícios identificados que pretendemos que façam parte de um plano que possa ser financiado para a construção de residências”, afirmou.
Garantindo que o IPSantarém reforçará o seu papel no desenvolvimento da região, João Moutão afirmou que só é possível desenvolver o País de forma equilibrada e equitativa se, realmente, “as instituições que promovem crescimento, como é o caso dos politécnicos, com uma implantação especialmente nas regiões do interior, forem apoiadas”.
“Só com investimento nestas instituições é que conseguimos resolver esse problema da coesão territorial”, concluiu.
Uma ideia corroborada por Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara de Santarém, que declarou que “quanto mais forte for o IPSantarém mais forte é Santarém, mais forte é Rio Maior, mais forte é a região”.
“Não nos podemos esquecer que estas cinco escolas acrescentam valor. Estamos numa região que, do ponto de vista daquilo que é a agricultura e a agro-indústria, tem crescido. Temos protocolos firmados, conjuntamente com o IPSantarém e o próprio Ministério da Agricultura e com os municípios vizinhos, não tenho duvidas que nos tornaremos, nos próximos anos, mais activos e vamos crescer do ponto de vista da agricultura”, disse.
O presidente da Câmara de Rio Maior, Luís Santana Dias, alinhou no mesmo sentido. Referiu a importância que a Escola Superior de Desporto de Rio Maior tem na cidade e na comunidade.
“Esta escola, cuja existência se revelou fundamental para o desenvolvimento do concelho, tem crescido de mãos dadas com a cidade que a acolhe gerando um ecossistema sustentado e integrado na comunidade”, disse.
O autarca de Rio Maior deixou ainda a garantia que a parceria entre o seu município e o IPSantarém, que dura há mais de 20 anos, será para manter e reforçar durante o novo mandato autárquico, que agora se inicia.
O Politécnico de Santarém é uma instituição de ensino superior politécnico público, ao serviço da sociedade, empenhada na qualificação de alto nível dos cidadãos, destinada à produção e difusão do conhecimento, criação, transmissão e difusão do saber de natureza profissional, da cultura, da ciência, da tecnologia, das artes, da investigação orientada e do desenvolvimento experimental, relevando a centralidade no estudante e na comunidade envolvente, num quadro de referência internacional. É reconhecido como Pólo de desenvolvimento e uma referência na formação, na cultura e na investigação desenvolvidas na região.
Actualmente, a taxa de empregabilidade do IPSantarém é de 97%, muito explicada pela elevada qualidade e credibilidade do ensino ao longo dos 41 anos de história.
Filipe Mendes