O I Centenário de Nascimento de João Gomes Moreira que se cumpre na próxima segunda-feira, 22 de Agosto, está a ser assinalado por um conjunto de inciativas que se estendem até ao próximo dia 7 de Dezembro.

O ‘Correio do Ribatejo’ desta sexta-feira dedica-lhe um suplemento de oito páginas com o contributo de outros colaboradores que com ele privaram, e que têm como denominador comum a admiração que por ele nutriam.

Amanhã, domingo, em Vila Nova de São Pedro, será rezada missa evocativa do Centenário de João Moreira; segunda-feira, dia 22, em Santarém, na Igreja de São Nicolau, Missa Evocativa do Centenário de João Moreira; dia 26 de Agosto, em Santarém, no Centro Etnográfico Celestino Graça, Sede do Grupo Académico de Danças Ribatejanas, sito no Campo Infante da Câmara: às 20 horas, visita ao Espaço Museológico e Arquivo dedicado a João Moreira; às 21h30, Conversa de Amigos à volta de João Moreira; dia 7 de Dezembro de 2022, no Cemitério de Vila Nova de São Pedro, colocação de Lápide evocativa da Homenagem ao Amigo João Moreira.

“Só morrem os que são esquecidos” é uma frase que amiúde usamos para simbolizar o quanto continuamos a admirar um Amigo que vimos embarcar na sua derradeira viagem, não obstante o vazio que sempre nos acompanha pela perda do seu convívio pessoal, próximo e intenso.

João Gomes Moreira, que morreu aos 95 anos na plenitude das suas faculdades intelectuais, era um desses Amigos que nos faz muita falta e com quem as conversas nunca estavam acabadas, pois os pretextos e os temas eram infindáveis”, recorda Ludgero Mendes, amigo de João Moreira.

“Tive a sorte de o ter tido como Amigo, mas igualmente como mestre e uma espécie de irmão mais velho, embora tivesse idade para ser meu pai. Muito do pouco que sou lho fico a dever a ele e a outros Amigos com quem tive o privilégio de me cruzar no tempo que levo desta existência”, reconhece o director do Grupo Académico de danças Ribatejanas.

Já o historiador Vitor Serrão destaca na edição de sexta-feira do Correio do Ribatejo: “Era um grande ribatejano, mas também e sobretudo um fino estudioso da Etnografia, do Folclore e dos Patrimónios culturais, que tornou coisas percebíveis e, como tal, dignas da atenção de todos. Se a erudição e a singeleza souberam dar-se as mãos num só corpo, esse foi o caso de João Moreira: talvez porque a inata simpatia, a sensibilidade a jorros, o talento de fazer amigos em todas as línguas inimagináveis e em todos os círculos sociais, o fizessem o verdadeiro embaixador de Santarém no mundo”.

No mesmo suplemento que este Jornal dedica à Memória de João Moreira, o João Luiz Madeira Lopes sublinha que “o seu espírito boémio académico apreciava os frequentes convívios petisqueiros, após os ensaios, reinando no grupo um são espírito de camaradagem, com se tivéssemos sido todos companheiros de estudo na mesma idade!”, concluindo: “Passados 100 anos João Moreira continua ao nosso lado, com o seu exemplo de Homem fraterno, solidário, imparável!”

Nelson Ferrão, sociólogo e amigo do homenageado, recorda “actividades e tarefas ligadas à cidade e ao turismo que ele foi desenvolvendo, simultaneamente, por gosto pessoal e empenho da sua cidadania e valores humanos”. “Como dizia bastas vezes estava sempre às ordens da Comissão Municipal de Turismo, como Guia Turístico da Cidade, tendo acompanhado a visita dos alunos dos Cursos de Verão para estrangeiros e grupos escolares, centenas de turistas aos monumentos e miradouros da cidade, sempre por gosto próprio, excepção feita com a firma Claras, Lda., com quem firmou um contrato para acompanhar as excursões de turistas que vinham de Lisboa”, lembra.

Já o antropólogo Aurélio Lopes observa que “em João encontrámos o mais genuíno  prazer da veiculação e perpetuação da cultura popular  e tradicional portuguesa.

Assumindo o rigor não só do conteúdo, como da forma. Do representado, como da representação. E rejeitando a atitude laxista que, tantas vezes, vemos no Folclore Português.

João Moreira era exigente consigo próprio. E com aquilo que fazia. E com aquilo que os outros (publicamente) faziam. A sua formação autodidata (mas erudita, afinal) e a sua autonomia institucional permitiam-lhe ter uma exigência cultural pouco comum”, conclui Aurélio Lopes.

Já o director do Correio do Ribatejo, no mesmo suplemento dedicado à Memória de João Gomes Moreira, aborda, sobretudo, a sua colaboração com a imprensa regional, nomeadamente o Correio do Ribatejo, onde João Moreira escreveu inúmeros textos, “ao sabor da sua vivência e de lágrimas apaixonadas de emoção, redigidos por quem tinha um coração generoso”, nota João Paulo Narciso.

“Na sua escrita, João Moreira não esquecia o mais ínfimo pormenor o que enriquecia a narrativa. O próprio salienta que a sua ligação a órgãos de comunicação social da região o estimularam imenso, por exemplo o convite para fazer parte da equipa da ‘Rádio Ribatejo’, em 1951, uma iniciativa do Capitão Jaime Varela Santos, que o levou, admite, “para um mundo desconhecido que me enriqueceu muitíssimo””, recorda o director do Correio do Ribatejo que convida todos os cidadãos em geral e os amigos de João Gomes Moreira a associarem-se aos actos comemorativos do I Centenário de Nascimento deste ‘Homem do Ribatejo’, verdadeiro ‘Cidadão do Mundo’.

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