O artesão Pernense, João Cláudio Pacheco Gomes, venceu o Prémio Nacional de Artesanato 2021, na categoria Inovação, promovido pelo IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional. A cerimónia de entrega dos prémios decorreu no dia 17 Novembro, no Teatro Ibérico, em Xabregas, em Lisboa.
Em comunicado, o Município de Santarém congratula-se com o prémio alcançado “por este filho da Terra que ganhou este Concurso e que demonstra, mais uma vez, que Pernes é um baluarte de resistência dos mestres do torno de madeira”.
João Gomes tem 45 anos e criou há duas décadas a Marca “Artesão”, enquanto conceito e realidade, que começou a ganhar forma em 2002.
Na altura, a sua preocupação foi o declínio da indústria de torneados de Pernes, com poucos artesãos a produzir, sem qualquer inovação e sem expectativas de potenciar as produções artesanais.
A criação desta marca, surge com o intuito de mostrar aos artesãos locais que sendo as peças tradicionais envoltas numa embalagem mais cuidada ou adicionando pequenos extras (tão simples como vender um pião enrolado numa corda e com as regras de jogo), poderia valorizá-las.
Formou-se, foi professor do ensino básico, participou em diversos workshops, cursos, feiras.
Hoje, a Artesão é uma oficina multidisciplinar que compila uma diversidade significativa, de técnicas, saberes e materiais. É uma oficina que combina a execução técnica não só na criação de peças, mas também na recuperação e reutilização de materiais, saberes antigos, em absoluta consonância com a sustentabilidade, preocupações ecológicas e mínima pegada ecológica.
Na Artesão criam-se quase em exclusividade peças de autor, a maior parte das vezes, construídas com materiais já existentes na casa de cada cliente, ou usando materiais recolhidos e armazenados por si.
Peças que vão desde tábuas do pão, a mobiliário diverso, casas de banho de compostagem e ecocasas, com uma preocupação extrema em reutilizar materiais e restaurar ou readaptar peças existentes.
O Prémio Nacional do Artesanato tem como objectivo promover a produção artesanal, nas suas vertentes tradicional e contemporânea, distinguindo os artesãos portugueses, valorizando as competências técnicas e profissionais e a capacidade estética dos artesãos.