Adelino Cruz – Amigo de Joaquim Veríssimo Serrão
Para Lisboa, onde me encontro desde os primeiros dias de Março, em situação de confinamento, telefonou-me João Paulo Narciso, Director do Correio do Ribatejo. Começou por me dizer que o “Nosso Jornal” iria dedicar grande parte da edição que antecede os 95 anos “de um dos mais notáveis colaboradores – o Senhor Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão –” cuja colaboração só terminou devido ao gravíssimo estado de saúde em que se encontra.
No decorrer da conversa solicitou que me associasse à iniciativa em nome do grupo de pessoas que, em 2014, esteve ligado ao “erigir” da estátua do Ilustre Professor, que se encontra junto ao Centro de Investigação com o seu nome. Parece que, da equipa então formada e à qual chamámos “Amigos do Professor Serrão”; de acordo com a opinião do João Paulo serei o que está em “melhor estado de conservação”. É que, muito em breve, farei os 90 e, infelizmente, alguns já partiram; de momento só me lembro do João Moreira, embora me pareça que não foi o único.
Inicialmente, manifestei uma certa relutância em dar o sim, mas acabei por aceitar pois, confesso que foi uma honra, para mim, ter sido um dos elementos da Equipa que esteve ligada à Estátua, honra essa que agora sinto renovada ao falar de situações em que estive envolvido e relacionadas com o Senhor Professor Veríssimo Serrão. Veio-me logo à memória o período em que trabalhámos juntos nos Corpos Gerentes da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, onde deixou muitas saudades.
Ao longo da sua brilhantíssima carreira de escritor, historiador, professor e também na Sociedade Civil, deixou sempre uma marca indelével da sua grande capacidade de trabalho e muito brilhante inteligência.
O atrás referido grupo “Amigos do Professor Serrão”, tinha, obviamente, de fazer reuniões e, logo na primeira, elegeu como “Líder” essa também grande figura de Santarém – o Senhor Dr. José Manuel Gonçalves Nogueira- que, graças à sua hábil maneira de conduzir os encontros, a Equipa conseguiu atingir os objectivos a que se tinha proposto e que eram erguer uma estátua ao Senhor Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, na sua Cidade Natal.
Reuníamo-nos numa sala do R/C do Centro sempre que era julgado necessário, mas no mínimo, havia uma reunião semanal.
Queremos aqui enaltecer a preciosa ajuda das pessoas que ali trabalhavam, não nos esquecendo do seu Diretor- o Professor Doutor Martinho Vicente Rodrigues- que, além da cedência da sala, estava sempre pronto para colaborar.
Ficámos também muito gratos ao Senhor Engº Ilídio Monteiro, que, através de uma das suas empresas se encarregou da colocação da estátua no local onde está, que é junto ao Centro.
O Senhor Presidente da nossa Câmara Municipal, quando lhe telefonámos solicitando uma reunião – para pedir, como é óbvio – fez questão de reunir connosco no Centro. Inteirou-se da situação que, na altura não era famosa, e garantiu-nos que a obra seria concluída. Como entretanto, a situação melhorou bastante, tomámos a decisão de receber, do Município, menos de metade da ajuda prometida. De qualquer modo um grande “Bem-Haja” para o nosso Presidente.
E, a terminar, entendemos que deve ser feita aqui uma referência às centenas de pessoas – algumas anonimamente – que enviaram a sua contribuição monetária, embora, na altura própria tenhamos feito o necessário agradecimento, àquelas a quem era possível fazê-lo.