O Centro Cultural e Regional de Santarém (CCRS) inaugurou esta tarde, pelas 16h00, a exposição fotográfica colectiva “m u n d E v i d ê n c i a s”, no âmbito do 7.º aniversário do Núcleo de Fotografia daquela instituição.
A mostra inclui fotografias de André Araújo que se serve da linguagem fotográfica para nos falar de “Saudades de Amanhã”; Clara Ferreira, para quem as fotos que trouxe, subordinadas ao tema “Fêmea”, “são uma viagem de partilha e sorrisos cúmplices, muitas vezes toldados pelas amarras invisíveis do preconceito; Carlos Soares que em ‘Odnum’, “fixa uma década em que tem, de forma mais consciente, activado um voluntário cuidado e ocupação com a nossa casa comum”; Fátima Condeço, com “Silente” traz-nos os “momentos de preparação para uma procissão”; João Matos Costa em “O que resta de um rosto”, recorda-nos que a fotografia “é uma superfície vulnerável onde o tempo se escreve e se apaga ao mesmo tempo. Cada rosto, cada lugar, cada fragmento, fala menos daquilo que foi e mais daquilo que resta”; Joaquim Nascimento, em “Mexam-se”, homenageia “todos os que praticam regularmente alguma actividade ou que apenas por sua conta e risco praticam exercício físico”; Luís Miguel Perdigão, em “Humanos”, interroga-nos citando Saramago: “que humanidade é esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegámos a isso, não somos seres humanos. Talvez cheguemos um dia a sê-lo, mas não somos, falta-nos mesmo muito…”; e Vitor Lopes traz-nos “Pouca Terra” que mostra a relação dos habitantes da Ribeira de Santarém com o comboio, onde “o espaço é curto, a margem é estreita e o risco espreita”.
Segundo Carlos Soares do Núcleo de Fotografia do CCRS, o grupo tem vindo a reunir-se desde Fevereiro, nos primeiros sábados de cada mês, para definir “as ideias a explorar” nesta mostra.
“No final, o que estava a surgir eram projectos com ligações directas às estórias de vida e mundividências de cada pessoa participante no processo, por isso, e porque cada imagem fotográfica é sempre uma particular ‘evidência’ bidimensional, inventámos uma nova palavra para a língua portuguesa” – mundEvidência.
Segundo Carlos Soares, após sete anos desde a sua criação, o Núcleo de Fotografia do CCRS “continua a ser um espaço de possibilidades onde se pode experimentar solidariedade, apoio, conhecimentos, colaboração e oportunidades para se evoluir no que a diversas práticas de fazer fotografia diz respeito”.
A exposição fotográfica “m u n d E v i d ê n c i a s” vai estar patente no Fórum Mário Viegas do CCRS até ao próximo dia 25, de segunda a sexta-feira, das 14h30 às 18h30, e aos sábados, das 10h00 às 13h00.