Foto Ilustrativa
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O consórcio Magellan 500, promotor do projecto do aeroporto de Santarém, defendeu hoje que esta solução não é apenas complementar, uma vez que a sua capacidade “é escalável” até mais de 80 milhões de passageiros, sem impactar Monte Real.

“O consórcio Magellan 500 valoriza a revisão da análise da estratégia efetuada pela Comissão Técnica Independente (CTI), que reconhece o aeroporto de Santarém como uma solução viável”, apontou, em comunicado.

No entanto, discorda que esta seja apenas uma solução complementar, defendendo que a sua capacidade “é escalável até bem mais de 80 milhões de passageiros por ano”, sem impactar a base aérea de Monte Real.

A coordenadora da Comissão Técnica Independente do novo aeroporto disse, na terça-feira, à Lusa que o projeto de Santarém nunca foi descartado, mas, segundo informações da NAV e da Força Aérea, não pode ser centro de conexão (‘hub’) intercontinental.

“Santarém nunca foi descartado, porque Santarém faz parte das opções estratégicas que constam da Resolução do Conselho de Ministros e, portanto, tinha de se manter na avaliação até ao final, o que acontece foi que nós, no relatório preliminar, quando considerámos Santarém inviável, era inviável para se constituir como um ‘hub’ intercontinental”, apontou Rosário Partidário.

A CTI publicou na segunda-feira à noite o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete ou Vendas Novas, mas apontou que Humberto Delgado + Santarém “pode ser uma solução”.

O consórcio questionou as limitações de tráfego aéreo que foram apontadas, tendo em conta o trabalho com a NAV (Navegação Aérea) Portugal e o apoio de consultores internacionais, “que resultou na identificação de soluções que estão em linha com as melhores práticas da indústria”.

Conforme apontou, nas cartas de rotas aéreas que integram a pronúncia da Magellan 500 “é percetível o quanto as atuais áreas militares são evitadas”.

A longo prazo, dois “segmentos mínimos” dessas áreas seriam afetados, caso os sistemas de controlo de tráfego não sofram nenhuma evolução tecnológica.

“De notar que as referidas áreas militares têm já atualmente utilização frequente pela aviação comercial bastante mais extensa que a proposta pelo Magellan 500 […]. Exemplo disso são os acordos operacionais que todos os verões são celebrados entre ambas as entidades”, sublinhou.

O consórcio referiu ainda que as restantes opções “apresentam fortes impactos nas atuais zonas militares”.

De acordo com a nota hoje divulgada, a solução Alcochete impacta o campo de tiro e outras quatro áreas militares, incluindo Montijo e Alverca.

Por sua vez, Vendas Novas impacta cinco áreas militares, como o campo de tiro de Alcochete, a base do Montijo e o aeroporto de Beja.

O Magellan 500 estranhou que a CTI tenha feito um pedido de ofício à Força Aérea, que parece “não levar cabalmente em conta as soluções apresentadas”, e que não tenha feito um pedido semelhante para outros projetos, dando assim “mais um evidente sinal de discriminação relativamente ao projeto de Santarém”.

Neste sentido, reiterou que a opção Santarém não implica relocalizações de unidades militares e permite evitar perturbações ao sistema militar.

“O consórcio Magellan 500 continuará empenhado em trabalhar conjuntamente com o próximo Governo e com as autoridades competentes, mormente NAV e FAP, para esclarecer e continuar a afinar as soluções escaláveis de navegação aérea do futuro aeroporto de Santarém, estando já a reunir uma equipa reforçada de especialistas para o efeito”, concluiu.

A coordenadora da CTI explicou que a comissão decidiu diferenciar no relatório final uma solução “potencialmente de mais curto prazo”, de acordo com os tempos apresentados pelos promotores do projeto, em que Santarém tem uma pista que pode ajudar a descongestionar o Aeroporto Humberto Delgado, mas com um menor número de movimentos do que Lisboa.

O relatório final, que está disponível na página aeroparticipa.pt, será formalmente entregue ao Governo em 22 de março, juntamente com o parecer da Comissão de Acompanhamento, presidida por Carlos Mineiro Aires.

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