A presente temporada vai-se afirmando pelas despedidas de toureiros e forcados que entenderam ser chegada a hora de dizer adeus às arenas de uma forma constante e efectiva.

Na maioria dos casos estas despedidas coincidem com tempos de consagração pelo mérito das suas trajectórias, pelo que cumpre aos aficionados sublinharem estas opções com a expressão do reconhecimento que é devido a quem se devotou de forma tão relevante para a valorização da tauromaquia em Portugal.

Aqueles que por alguma razão especial não se tornaram notados ao longo da sua carreira optam, quase sempre, por sair sem anunciar um caminho que era por demais evidente. Porém, há alguns toureiros que ainda que não o desejem se vêem na situação de “despedidos”, por falta de contratos para actuar. Vítimas tantas vezes da ingratidão dos aficionados, da falta de respeito dos empresários e, eventualmente, da deficiente gestão dos seus apoderados. Isto não é nada fácil!

Por razões que a razão desconhece – mas que toda a gente sabe! – alguns cavaleiros com qualidade bastante para “funcionar” vão sendo esquecidos pelas empresas, pelo que ao fim de algumas temporadas têm de se considerar inactivos ou optam por outras paragens, nomeadamente os “pueblos” da vizinha Espanha. Porém, em contrapartida – pois é, o problema são mesmo as contrapartidas! – alguns toureiros estrangeiros de competência duvidosa fartam-se de tourear, inclusivamente em praças de primeira categoria. 

O prestigiado cavaleiro Rui Salvador optou por dizer adeus às arenas exactamente na temporada em que celebra os seus quarenta anos de alternativa, pelo que todas as corridas em que actua registam, e muito bem, essa circunstância. Louve-se a dignidade com que Rui Salvador se tem apresentado em todas as praças, evidenciando as reconhecidas aptidões técnicas e artísticas que sempre patenteou. Saber sair em grande é uma arte!

Nesta quinta-feira, dia 22 de Agosto, Rui Salvador despediu-se do Campo Pequeno, praça onde a 8 de Agosto de 1984 tomou a alternativa, tendo como padrinho o inolvidável José Mestre Batista e o prestigiado João Moura.

Nos últimos dias foram três excelentes forcados, e Cabos dos respectivos Grupos, que decidiram pôr termo à sua tão qualificada trajectória honrando os pergaminhos das respectivas jaquetas de ramagens.

Ricardo Cardoso, Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz, despediu-se na corrida em que o Grupo comemorou 20 anos da sua fundação, tendo passado a chefia a um jovem que promete ser um dos grandes valores da sua geração, João Tiago Ramalho.

Em Alcochete foi Nuno Santana, Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, que se despediu passando o testemunho ao valoroso forcado António José Cardoso, o sexto desde a fundação do Grupo, e que tem dado sobejas provas de competência, tanto como forcado de eleição, como empresário taurino.

No passado sábado foi a vez de José Macedo Tomás, Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Coruche, terminar a sua carreira que se pautou pela excelência a conduzir os destinos do Grupo da Capital do Sorraia e protagonizou durante o seu mandato actos sociais da maior relevância. Sucede-lhe outro valoroso forcado de dinastia taurina, João Prates, de quem se espera e deseja a continuação do profícuo trabalho dos seus antecessores.

Enfim, uns que partem, outros que chegam… Parabéns a Todos e as maiores felicidades!

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