O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, recusou que o rio Tejo esteja a atravessar um período de falta de água, sustentando que o problema está num afluente, o rio Pônsul.

“O rio Tejo não tem falta de água, ponto. O rio Tejo não tem falta de água. Onde existe falta de água, existe de facto, é num afluente do rio Tejo, na margem direita, que é o rio Pônsul”, afirmou o ministro aos jornalistas.

No final do encerramento do debate sobre o Programa do XXII Governo Constitucional, na Assembleia da República, em Lisboa, Matos Fernandes disse que “a falta de água do rio Pônsul tem a ver com o facto de a albufeira onde esse rio tem a sua foz ter pouca água”.

“Ninguém pôs nenhuma rolha na nascente do rio Pônsul”, sublinhou o ministro do Ambiente.

De acordo com Matos Fernandes, o que se passou foi que foi necessário “lançar muita água para Portugal para que se cumpra a Convenção de Albufeira”.

“É óbvio que devemos melhorar esta situação, não me conformo com este facto. Agora, repito, não houve aqui nenhuma atitude que não fosse a do lado de Espanha de cumprir a Convenção de Albufeira”, reiterou.

Matos Fernandes apontou também que tem “comunicado com Espanha variadíssimas vezes”, inclusivamente na quarta-feira, dia em conversou com a homóloga espanhola “sobre este tema”.

“Nunca eu, como ministro do Ambiente de Portugal, e quero acreditar que nenhum dos meus sucessores dirá a Espanha para não cumprir a convenção a que está obrigada”, afirmou.

No território do Tejo Internacional não faltam imagens que ilustram a descida dos níveis de água, actualmente os mais baixos das últimas décadas. Exemplo disso são os barcos parados ou abandonados, bem como terra e pedras a descoberto.

Na região transfronteiriça, o assunto é tema de todos os dias. Junto à barragem de Cedillo, em Espanha, encontra-se desde um cais do barco turístico caído a uma embarcação parada no meio do rio.

Do lado de cá da fronteira, no distrito de Castelo Branco, o rio Pônsul é um dos afluentes do Tejo agora secos, onde os pilares de uma ponte registam as marcas do nível habitual da água. Mais de uma dezena de metros abaixo, sobram terras e muitas pedras.

Enquanto o movimento ambientalista proTejo tem reiterado que Espanha não cumpriu os caudais definidos no ano hidrológico 2018/2019 e pedido a publicação dos dados, a Agência Portuguesa do Ambiente afirma que “tudo parece indicar o cumprimento do regime de caudais anuais”, apesar de o boletim anual ainda estar em execução.

Leia também...

Governo quer encerrar central termoeléctrica do Pego em 2022

O Governo quer encerrar a central de produção de electricidade a carvão do Pego, em 2022, afirmou esta sexta-feira, em Coimbra, o ministro do…

Movimento cívico em Alcanena quer intervenção da Comissão Europeia para travar poluição

O movimento SOS Alcanena está a recolher assinaturas e a elaborar um histórico sobre os problemas de poluição no concelho para pedir à Comissão…

Águas do Ribatejo investe 1,5 ME na rede de saneamento em Marinhais

A Águas do Ribatejo está a realizar uma empreitada no Sistema de Saneamento de Marinhais, que contempla a requalificação da Estação de Tratamento de…

Estudantes da Universidade Nova de Lisboa realizam acção de limpeza no Rio Sorraia

Os alunos da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (AEFDUNL) realizam, no próximo sábado, dia 12 de Outubro,…