O bandarilheiro António Badajoz, uma lenda da tauromaquia nacional que faleceu esta sexta-feira, 24 de Dezembro, em Coruche, aos 99 anos.

“António Badajoz” foi o nome artístico de António Pereira Cipriano, nascido
em Coruche, a 22 de Setembro de 1922, e era considerado como um dos melhores bandarilheiros portugueses de todos os tempos

Destacado bandarilheiro profissional, aprendeu esta arte com Francisco Susana, em Coruche, tendo passado a profissional na Praça de Touros do Campo Pequeno, em 9 de Setembro de 1949, data da alternativa concedida por Manuel Segarra.

Já profissional, ensinou esta arte ao seu irmão mais novo, Manuel Cipriano «Badajoz», que seguiria os seus passos, tomando a alternativa de bandarilheiro em 1953. Os irmãos «Badajoz» fariam, a partir daí, boa parte das suas carreiras toureando juntos, sendo uma referência na tauromaquia portuguesa.

A carreira de António Badajoz foi longa e passou pelas grandes praças e feiras na Europa e América, tendo toureado também em África e na Ásia, em corridas que se realizaram em Macau e na Indonésia. Além de Manuel dos Santos, vestiu-se igualmente de prata nas quadrilhas de Francisco Mendes, José Júlio e José Trincheira e de um conjunto importante de cavaleiros tauromáquicos — João Branco Núncio, Luís Miguel da Veiga, José João Zoio, Emídio Pinto, Manuel Jorge de Oliveira e Paulo Caetano.

Os irmãos António e Manuel Badajoz fundaram nos anos 1950 a Escola de Toureio de Coruche, que viria a originar o aparecimento de vários bandarilheiros e matadores — entre estes, José Simões, Ricardo Chibanga, José Falcão, Óscar Rosmano, Parreirita Cigano e Víctor Mendes os últimos alunos desta escola foram José Alexandre e João Carlos Lorena. Levando o nome de Coruche pelo mundo fora.

António Badajoz despediu-se do público no Campo Pequeno, em 5 de Setembro de 1991.

Foi testemunha de grande parte do toureio português e internacional do século XX. Foi um sábio do toureio que difundiu o seu enorme conhecimento do toiro e do toureio por diversas gerações de ganadeiros, cavaleiros, matadores e bandarilheiros.

A Protoiro, e as associações que a compõem, vêm por este meio manifestar a sua profunda consternação pela morte do bandarilheiro António Badajoz.

Para Nuno Pardal, presidente da Associação Nacional de Toureiros, “Portugal perdeu hoje um símbolo da tauromaquia, um grande “Maestro de Prata”. António Badajoz tinha uma sensibilidade e um conhecimento profundo do toiro como muito poucos, foi um génio que influenciou gerações. Pessoalmente perco um amigo, um mestre, a pessoa que mais me marcou no meu trajecto de cavaleiro tauromáquico.”

“A sua obra e exemplo ficarão marcados para sempre na histórica da cultura tauromáquica portuguesa” conclui João Santos Andrade, presidente da Protoiro.

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