As águas acastanhadas do rio Tejo a partir da zona de Vila Velha de Ródão motivaram uma denuncia do Movimento pelo Tejo (proTEJO) ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR.
“Desde dia 6 que a água está castanha e suja a partir da zona de Vila Velha de Ródão”, disse Paulo Constantino, porta-voz do proTEJO, à agência Lusa, admitindo que o problema poderá ter origem “nas indústrias ali localizadas”, nomeadamente nas fábricas de papel.
Segundo Paulo Constantino, a proTEJO pondera expor o assunto à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), caso o foco de poluição se mantenha e não haja uma resposta célere por parte do SEPNA, entidade à qual apresentou queixa na semana passada.
O problema foi também denunciado pelas estruturas distritais de Santarém, Portalegre e Castelo Branco do Bloco de Esquerda (BE), que após vários registos ao longo do rio concluiu que “a coloração castanha da água do rio Tejo tem origem em Vila Velha de Ródão”.
O BE alerta também para a diminuição do caudal na barragem do Fratel e nas zonas de “Ortiga, Mação e Abrantes” e para a recorrente infestação pela alga azzola, que cobre parte do rio Ponsul, do rio Sever e do rio Tejo, já em território espanhol, estando mesmo a montante da barragem de Alcântara”.
Em comunicado, o BE considera que “todas estas ocorrências fazem perigar o sustento de imensas famílias, destroem a biodiversidade e envenenam as águas que têm múltiplas utilizações ao longo do rio Tejo”.
O BE “constata a inoperância do Ministério do Ambiente” e considera essencial que as autoridades competentes se pronunciem, entre outras questões, sobre as acções previstas para impedir a descida acentuada das águas na barragem do Fratel e as obrigações espanholas no âmbito da Convenção de Albufeira.