A castiça e emblemática praça de toiros do Sítio da Nazaré encheu no passado sábado, outra vez, por completo para assistir a um grande festejo, com êxitos repartidos.
Arrepiante a homenagem no início através da leitura de um texto a traçar os pontos altos da carreira de Rui Salvador, principalmente os dados que marcaram a sua passagem ao longo de uma carreira pela Nazaré. Foi de arrepiar o texto de Francisco Morgado, a que se seguiu uma homenagem também por parte da Confraria, proprietária da praça.
Um grande curro de Passanha (tirando o primeiro) e com teclas para tocar o quarto e o bravote sexto da noite, foram também os ingredientes suficientes para uma noite histórica.
Artisticamente, Rui Salvador rubricou na sua despedida da praça da Nazaré duas grandes actuações, principalmente a segunda, onde não faltaram os tais ferros de raça, com poder e entrega. Até cravou um ferro em sorte de violino!!!
Ao toureiro dos ferros impossíveis, que deu merecidamente várias voltas ao ruedo na sua despedida, sempre sob estrondosas e calorosas ovações, o público da Nazaré disse obrigado, reconheceu com fervor uma carreira única.
Luís Rouxinol é aquele toureiro que nunca está mal. Entrega, ofício e alegria marcam o ritmo das suas actuações, onde não faltam os pares de bandarilhas, os palmitos e a brega com qualidade. Assim foi na Nazaré com duas sonoras atuações a demonstrar toda a sua maestria.
João Moura Jr. não foi à Nazaré ver passar os barcos ou as ondas da Praia do Norte. O de Monforte foi para triunfar, com grandes pormenores de brega, ladeios vistosos e duas mourinas de sonho. Moura Jr. não foi mais um… e na Nazaré deixou bem escrito, em cada ferro, porque é máxima figura. Bem montado, tudo parece fácil, cada sorte um hino com muito brilho.
No capítulo das pegas a noite foi mais acertada e triunfal para os do Aposento da Moita. Montemor passou mais dificuldades.
Pelos alentejanos abriu praça Afonso Antunes, que após duas violentas tentativas, foi dobrado por Francisco Borges, que fez mais três tentativas para pegar o hastado que tinha as suas coisas de tunante.
Miguel Casadinho, ao primeiro intento, e Bernardo Batista, numa grande pega ao segundo intento, foram os outros solistas por Montemor.
Pelos do Aposento da Moita, que ajudaram como leões, pegaram João Freitas, António Lopes Cardoso e José Maria Duque, numa noite também de grande êxito para o Grupo. Todos ao primeiro intento, sem espinhas e com muita coesão.
Dirigiu com acerto Ana Pimenta, assessorada pelo médico veterinário João Pedro Candeias. – Hugo Teixeira, in FarpasBlogue