A empresa municipal Águas de Santarém vai construir uma nova estação elevatória para resolver os problemas decorrentes de um ponto de descarga de esgoto directamente para o rio Tejo, no bairro ribeirinho de Alfange.

A informação foi prestada ontem pela administração da empresa a uma comitiva do Bloco de Esquerda de Santarém que, em meados de Julho denunciou a existência de um local onde escorre ininterruptamente água, que a população local se queixa de provocar maus cheiros constantes.

À saída da reunião, Francisco Cordeiro, eleito do BE na Assembleia Municipal de Santarém, deu nota ao Correio do Ribatejo dos resultados da reunião.

A concelhia de Santarém do Bloco de Esquerda saudou ontem a existência de um projecto para acabar com a descarga de esgoto directa para o rio Tejo no bairro ribeirinho de Alfange, denunciada pelo partido em Fevereiro.

Francisco Cordeiro, eleito do BE na Assembleia Municipal de Santarém e membro da coordenadora concelhia do partido, disse à Lusa que os responsáveis da empresa municipal Águas de Santarém (AS) deram a conhecer a existência de um projecto para acabar com a descarga directa para o rio numa reunião realizada na quarta-feira à tarde na sede da AS.

O dirigente bloquista lamentou, contudo, a demora na solução de um problema que era do conhecimento da autarquia pelo menos desde Fevereiro, quando o BE denunciou a situação numa Assembleia Municipal.

“Reconhecemos que há um esforço, mas não podemos também esconder a tristeza por sabermos que as habitações do bairro ribeirinho de Alfange não estão ligadas à rede de saneamento e que assim vão continuar”, disse.

No passado dia 19 de Julho, numa conferência de imprensa dada junto ao local onde escorre ininterruptamente água que a população se queixa de provocar maus cheiros constantes, Francisco Cordeiro e o activista pelo rio Tejo Armindo Silveira, ambos da coordenadora distrital do Bloco, consideraram “inadmissível” que, sendo do conhecimento do município, não houvesse solução para o que classificaram como um “atentado ambiental”.

Na altura, a administradora executiva da Águas de Santarém, Teresa Ferreira, reconheceu, em declarações à Lusa, serem ocasionalmente detectados pontos de descarga “de origens não identificadas”, geralmente a partir do centro histórico, de construções “muito antigas que têm redes unitárias (juntando águas pluviais e esgotos) e não separativas”.

Sublinhando que quando a empresa foi constituída não existia cadastro de toda a rede, Teresa Ferreira afirmou que as situações como a de Alfange vão sendo identificadas, com a preocupação de ir resolvendo sempre que há possibilidade de investimento próprio, já que não existem fundos comunitários para este fim.

Francisco Cordeiro alertou ainda para o facto de não existirem análises à água do rio na zona onde foi detectada a descarga.

Saudando a forma esclarecedora como decorreu a reunião e a abertura por parte dos responsáveis da Águas de Santarém às propostas apresentadas pelo partido, nomeadamente para melhoria da comunicação e sensibilização da população, o dirigente bloquista afirmou que o BE “vai continuar atento”.

(notícia desenvolvida na edição impressa de 31 de Agosto)

Leia também...

Ferreira do Zêzere promove campanha para apoiar comércio tradicional

O Município de Ferreira do Zêzere vai promover, pela primeira vez, uma…

“Santarém vai ser das cidades médias que mais vai crescer em Portugal”

Autarcas da região ouvidos pelo Correio do Ribatejo dizem ser necessário inverter perda populacional.

Chamusca vai ter um Centro de Recolha Oficial de Animais

A candidatura do Município da Chamusca para a construção de um Centro…

Museu Diocesano com apoio de 39.900 euros para lançar publicação sobre o património de Santarém

O Município de Santarém decidiu, no dia 18 de Novembro, atribuir um…