Uma ‘startup’ portuguesa desenvolveu um ‘software’ que controla o processo de produção de hortícolas e aromáticas em hidroponia desde a semente até à embalagem, optimizando a agricultura vertical, revelou hoje um dos fundadores.

Em declarações à agência Lusa, Gabriel Monteiro, que juntamente com o pai fundou a ‘startup’ (empresa com rápido potencial de crescimento económico) Santa Farm Technology, explicou que a tecnologia desenvolvida permite “controlar todas as variáveis que interferem com a agricultura vertical”.

O ‘software’ integra um servidor que, ligado a diferentes equipamentos, como ar condicionado, sensores, desumidificadores e ventoinhas, controla todas as variáveis ambientais. 

“As plantas crescem nas condições perfeitas”, observou Gabriel Monteiro, acrescentando que o sistema desenvolvido pela ‘startup’, actualmente sediada em Santarém, controla também o processamento e embalagem dos vegetais.

Até ao momento, já foram produzidos coentros, alface e rúculas, mas a produção poderá estender-se a outras hortícolas ou frutas, como morangos e mirtilos. 

Os produtos estão actualmente a ser comercializados por uma empresa portuguesa de distribuição alimentar, mas o objectivo dos fundadores é “escalar” a solução, podendo a canábis ser uma das opções a explorar face à importância desta planta para a indústria farmacêutica.

“O valor agregado é altíssimo”, referiu. 

 Os fundadores tencionam ainda desenvolver novos robôs para que, quando ligados ao servidor, possam operar de forma autónoma.

“Se não for preciso nenhum humano entrar na estufa, é óptimo para o processo de produção”, afirmou Gabriel Monteiro, lembrando que a contaminação é um dos grandes desafios que este tipo de processos enfrenta e que “um descuido pode comprometer tudo”.

Gabriel Monteiro esclareceu ainda que o objectivo da ‘startup’ é comercializar a tecnologia e não propriamente os vegetais, pelo que a “fábrica é o protótipo” do modelo tecnológico desenvolvido. 

A ‘startup’ Santa Farm Technology foi uma das três vencedoras da Final Nacional do ClimateLaunchPad, etapa organizada pela UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, e vai representar Portugal na final europeia da competição, que se realiza no último trimestre deste ano e visa apoiar ideias de negócio que reduzam o impacto negativo no ambiente. 

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