Comemorou-se no passado sábado, dia 19 de março, o dia de São José e o dia do Pai.
Este dia tem ainda a particularidade de ser o dia do feriado municipal em Santarém.
Temos o hábito de dizer que a nossa vida muda para sempre quando nos tornamos Pais ou Mães. Nada mais verdadeiro. Muda mesmo.
Passamos a encarar a vida, muitas vezes, de forma bem diferente como a que perspetivávamos.
E principalmente, ganha-se uma consciência de ainda maior responsabilidade com as nossas ações, com o que está à nossa volta, e com a vida da filha ou filho que acabámos de ter.
Tudo muda.
Está certamente no topo das melhores coisas que temos na vida. Tem de estar. Merece estar.
Olhar uma filha ou um filho, no meu caso tenho a felicidade de poder olhar para ambos, é olhar para uma parte de nós. Do que temos de bom e dos nossos defeitos. Eles transportam tudo isso. O maior desafio é podermos ir corrigindo os defeitos, ajudando-os a melhorar. E se possível, tentando também nós melhorarmos. Se a primeira parte já e difícil e exigente a segunda é mais difícil. Obriga-nos a mudar e temos muita dificuldade na mudança. É da natureza do ser humano.
Enquanto novos, olhamos de sorriso que nos enche a cara, a irradiar felicidade, para aquelas prendas que nos trazem feitas por eles, nos colégios e na escola. De um simples desenho, a um cartão com mensagem, a um cartão com uma foto nossa, a um verso, o porta-moedas, o porta-chaves, a moldura, o marcador de livros, tudo ganha uma dimensão e valor que não tem preço.
Aquela prenda não pode ser calculada em dinheiro. É apenas uma demonstração de Amor.
E a cara deles quando nos entregam aquelas singelas prendas, feitas com as suas mãos e depois da ajuda paciente de uma educadora ou educador, de uma professora ou professor, são outra prenda. Num misto de alegria e vergonha pela reação que possamos ter aquela demonstração de Amor.
E quando abrimos a prenda, fazemos naturalmente um ar de surpreendidos, dizendo “que bonito”, “foste tu que fizeste?” e agradecemos. Quando estamos apenas a demonstrar o nosso Amor. Beijamos e abraçamos.
E para nós aquele momento, seja qual for o aspeto daquela prenda, fica-nos na memória.
Pela demonstração de Amor e carinho dos nossos filhos. Como só eles sabem fazer. De forma pura e desinteressada.
E conservamos essas memórias que tantas vezes nos alimentam nos momentos mais difíceis. E ajudam a ultrapassá-los.
Porque são AMOR! E porque o dia do Pai deve ser todos os dias. Tal como o AMOR que os nossos filhos nos dão. Todos os dias.
Inato ou Adquirido – Ricardo Segurado