Vasco Mendes dos Santos, é um jovem de 29 anos de idade, que criou a marca AHA – Máscaras Ilustradas, um projecto de máscaras animadas que funciona como um “quebra-gelo” e quer despertar sorrisos nesta altura sombria que o mundo atravessa. O jovem tomarense foi diagnosticado com uma doença oncológica aos seis anos e o impacto de ter sido atendido por um médico no IPO, Dr. Nuno Miranda, vestido com uma t-shirt com desenhos animados levou-o a implementar esta ideia de produzir máscaras que provoquem sorrisos e alegria às pessoas que as usam e as vêem. O licenciado em Design Gráfico quer agora fazer crescer o negócio em Portugal e no Mundo.

Como é que surge o projecto AHA – Máscaras Ilustradas? A AHA foi desenvolvida a partir de uma ideia que teve como base uma experiência pessoal na minha infância, após ter sido diagnosticado com cancro. Quando cheguei ao hospital acabei por ser transferido de Coimbra para o IPO de Lisboa e fui atendido por um médico que tinha vestida uma camisola com desenhos animados, na altura dos Pokémons, o que me deixou mais à vontade. Uns anos mais tarde comecei a falar mais com esse médico e senti que poderia desenvolver esta ideia de máscaras descartáveis mais diverti- das e aplicá-la para que pudessem vir a ser utilizada por profissionais ou pacientes em situações parecidas ou idênticas, no fundo para fazer com que as pessoas também sentissem o à-vontade que eu senti quando fui atendido por aquele médico com a camisola dos Pokémons. Algum tempo após ter começado a desenvolver a ideia das máscaras tive conhecimento do programa StartUp voucher promovido pelo IAPMEI e foi quando concretizei a hipótese de desenvolver o projecto AHA.

Em que é que consiste e porquê o nome AHA? A marca AHA passa por criar máscaras com ilustrações e objectos animados que possam funcionar como um “quebra-gelo” em qualquer situação. Um sorriso que desperta- mos em alguém abre o caminho em qualquer situação. O nome AHA simboliza a gargalhada que esperamos que as nossas máscaras tragam a quem interaja com elas. Tanto em quem as usa, como em quem as vê ser usadas.

Que tipo de materiais usa no fabrico do seu produto? Todos os materiais são de qualidade. As máscaras são fabricadas por uma empresa nacional, certificada pelo CITEVE para 10 lavagens.

Onde é que podemos encontrar as máscaras ilustradas? Nós estamos nas redes sociais facebook e instagram em AHA – Máscaras Ilustradas. Podem encomendar por lá ou quem me conhece pode entrar em contacto directamente. Também já estamos com venda directa em cinco locais, a nível nacional, nomeadamente, em Tavira, Odivelas, Vila Nova da Barquinha, Caldas da Rainha e em Tomar. Estamos disponíveis para as colocar à venda noutros locais.

O Vasco tem formação em design gráfico. Em que é que se inspira para criar os desenhos? Primeiro que tudo, eu sou só o director de arte, se é que posso dizer assim. Isto porque quem cria quase todas as imagens que temos é ilustrador Ricardo Pereira (@po nk_) tendo eu sugerindo sempre as ideias para cada máscara. Mas de uma maneira geral, procuro pensar num desenho que possa trazer algum sorriso a alguém, seja esse sorriso por ser um desenho fofo, bonito, maluco ou por vezes apenas ligeiramente parvo. O objectivo principal é mesmo tentar obter uma reacção positiva nas pessoas que vejam as máscaras.

Qual é a reacção das pessoas ao verem uma máscara deste tipo? A reacção até ao momento é fantástica. Há sempre um sorriso ou um olhar de admiração onde quer que eu entre, o que é bom sinal. Significa que até agora estamos a ter sucesso na nossa missão de despertar sorrisos às pessoas. O mundo precisa muito de mais sorrisos.

Quais são as suas expectativas para o negócio? Actualmente a AHA teve um “boom” grande, especialmente depois de ter ido ao Programa da Cristina na SIC. O que foi positivo porque o que pretendo é continuar a evoluir de maneira a ter os nossos produtos por todo Portugal ou mesmo pelo mundo fora, de maneira a poder levar sorrisos a todas as pessoas para que o mundo possa viver mais animado. Porque, no fundo, este projecto não nasceu com um objectivo monetário em mente mas sim de uma vontade de poder dar aos outros aquilo que recebi, tantos anos antes, quando o Dr. Nuno Miranda me recebeu com a camisola dos Pokémons.

Considera que programas como o StartUp voucher são essenciais para surgirem iniciativas inovadoras? Isso sem qualquer dúvida que é essencial. Acredito que há muitas pessoas com ideias capazes de mudar a vida de outras pessoas mas sem a capacidade de as concretizar. Estes programas dão-nos a oportunidade de seguir aquilo em que acreditamos, tanto através de apoios monetários para que nos dediquemos a 100% ao projecto, como também em todo o processo necessário para que a iniciativa tenha sucesso. De uma coisa tenho a certeza: para realmente ter sucesso é preciso escolher uma boa equipa para o projecto e uma boa incubadora. Tive o prazer de ser acompanhado pela PARTNIA que é uma das melhores incubadoras do país, onde se encontram pessoas fantásticas para nos aconselhar como a Maria Rita Alves, José Sotero e Carla Branco. Já na equipa que tornou a AHA uma realidade tive uma pessoa da minha confiança a candidatar-se comigo, o meu amigo e colega da licenciatura Ricardo Pereira (@po nk_) que como ilustrador também veio complementar uma área que me faltava. Outro elemento importante foi o Prof. Doutor Tiago João Ferro, como médico neurocirurgião, veio complementar o conhecimento técnico necessário, e por fim, mas não menos importante, tive dois promotores a Ana Veiga, contabilista, e o Pedro Rodrigues, do sector farmacêutico e com experiência de informação médica.

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