A freguesia de Alcanhões vai estar em festa nos próximos dias 28, 29 e 30 de Julho. A Feira de Santa Marta, um evento anual da vila, vai contar com animação musical, artesanato, expositores, espaço criança, festival de folclore e os petiscos das tasquinhas das Associações e IPSS locais, sem faltar vinho da terra. O primeiro dia do evento conta com a actuação da banda Fora de Série e para encerrar a noite sobre ao palco o DJ Element G, no sábado, dia 29 de Julho, o cartaz destaca a 39a edição do Festival de Folclore, pelas 21h45, que vai contar com a presença do Ranchos Folclóricos de Alcanhões, de Vale Domingos, do Canidelo e da Casa do Minho de Lisboa. A animação musical ficará a cargo de Todor e Rafel e o encerramento da noite com DJ Tiago Leiria. No último dia da iniciativa destaca-se no certame uma noite de fados com Ana Paula Santos, acompanhada pelo acordeonista Adriano Lapa. O evento tem entrada livre e Pedro Mena Esteves, Presidente da Junta de Freguesia de Alcanhões, faz o convite referindo que “o objectivo que a junta de freguesia tem é que as pessoas gozem este evento”. O presidente revelou ainda as suas expectativas para a vila num futuro próximo enumerando as principais metas a alcançar no decorrer do seu mandato.

Qual a importância da Feira de Santa Marta?

O objectivo da Junta de Freguesia em criar este modelo, que está hoje em prática, foi convidar todas associações e instituições. É um evento suportado pela Junta de Freguesia e que as colectividades e instituições obterão as receitas próprias para se autofinanciarem. Este certame tem muita história, muitos anos também, antigamente era só feira. Não havia a vertente festa e actualmente é mais festa do que feira. Embora nós tenhamos algumas pessoas que são feirantes e ainda se mantém a tradição da feira. A própria festa alimenta a feira e esse é o objectivo de criar um evento onde as pessoas possam vir gratuitamente. Tem a vertente da gastronomia, dos vinhos da terra, do convívio onde as próprias famílias convidam os familiares e pessoas que já não se veem há muito tempo.

Quais são a expectativas para a edição deste ano?

As pessoas, nesta altura pós-covid, têm saído mais de casa, têm aproveitado a vida para viver estes momentos e intensificá-los mais ainda com o convívio. Penso que este ano tem tudo para correr bem. Tentamos fazer um programa que possa servir todo o tipo de gostos musicais e onde as pessoas se possam divertir cada um à sua maneira e que haja boa comida, bebida fresca, bons vinhos da nossa terra e que as pessoas possam conviver com outro tipo de actividades.

Com o que é que a população pode contar no evento?

A população conta com mais um evento que deu nome à terra e pretendemos que sintam orgulho. Queremos manter este evento e que as pessoas tenham actividade cultural e recreativa no sentido de se divertirem, que possam vir em força e divulgar o evento da nossa terra. O objectivo que a Junta de Freguesia tem é que as pessoas gozem este evento.

Quais são as principais metas que a Freguesia pretende alcançar neste mandato?

São sempre muitas. Nós, os autarcas, temos sempre muita ambição em fazer muita coisa. Já somos referenciados por isso. Os presidentes de junta são conhecidos por fazerem muito com pouco e esse é o nosso objectivo. Chagámos em 2021 e neste momento não paramos de pensar em coisas para fazer, das quais muitas das que já nos tínhamos comprometido com a população e algumas já se realizaram. A aquisição de dois imóveis para tornar um espaço de estacionamento público no centro da vila. Esse foi um objectivo já concretizado. Em primeira fase adquirimos os dois imóveis, na segunda fase demolimos esses imóveis e hoje, embora que seja provisório, já está ao serviço da população. Faz precisamente um ano que estava em demolição e ficou ao serviço nesta mesma altura da Feira de Santa Marta. Isso é reconhecido pela população, era uma valência que fazia falta na vila de Alcanhões e actualmente tem muito comércio local, desenvolveu-se bastante no meio do comércio, da restauração, da própria caixa agrícola, a farmácia e tem um sítio hoje para estacionar, o que era difícil no centro de Alcanhões. Depois pensamos em requalificar uma das coisas que é a essência das freguesias rurais e que faz parte dos nossos antepassados, é história. Requalificamos os fontanários, alguns a fundo e outros demos uma limpeza, pintura e pequenos arranjos. Outra das coisas que nos preocupa é o cemitério que pintámo-lo o ano passado por fora, este ano arranjámos-lhe a frente porque o muro estava a cair e requalificámos a entrada principal do cemitério, agora vamos ainda, antes do dia de finados, fazer a pintura do seu interior que ficou para este ano. Temos a decorrer uma obra no centro de saúde de Alcanhões, colocámos recentemente um resguardo para utentes esperarem pelo médio, sobretudo no período de inverno, para estarem abrigados da chuva. Estamos também a construir já uma copa para que os auxiliares de ação médica, administrativos, os próprios médicos e enfermagem possam ter um sítio condigno para fazerem as suas refeições. O centro de saúde está todos os dias aberto e temos sempre médico e enfermeiro. Foi também aprovado em reunião de câmara a requalificação do espaço exterior da cobertura da escola, que esteve em obras, mas na altura não se quantificou esta zona que é a biblioteca, o alpendre para as crianças brincarem e também a cobertura da cantina escolar. Vamos fazer uma empreitada neste período de interrupção escolar. Todas estas obras têm o apoio do Município de Santarém, como é evidente. Temos um sonho grande que é a requalificação do ringue polidesportivo que também já temos um estudo prévio elaborado já o apresentámos ao município, é uma obra de um volume bastante superior àquilo que nos é hábito de trabalhar. A requalificação total do polidesportivo que irá servir não só a comunidade geral, mas também a comunidade escolar. Tendo em conta as características do ringue e sendo a proximidade da escola, pretendemos que seja aberto à comunidade escolar e para recreios das crianças e para que elas próprias comecem a ter contacto com a actividade desportiva logo assim que entram no primeiro ano do ensino básico. Temos essa valência de poder abrir uma porta que elas fiquem dentro do recreio do polidesportivo e nessa altura está fechado à população geral e o contrário, quando regressam à actividade escolar fecha-se então à escola e abre-se à actividade geral. É uma vertente para as práticas desportiva, recreativa e educativa. Essa é uma obra que queremos que, durante o ano de 2024, comece a ser uma realidade porque é uma necessidade. Nós temos na freguesia de Alcanhões um nível considerado bastante positivo de jovens e crianças. Alcanhões tem sido recentemente procurada para habitação própria, por famílias que veem de outras localidades e isso traz mais crianças para a escola. É sempre uma preocupação para que as pessoas se possam sentir bem. É uma vila que tem 95 anos e temos de criar as condições dignas para que as pessoas possam usufruir deste conjunto de circunstâncias. Temos muitas mais situações. Nomeadamente na via pública, a requalificação da avenida Maria Luísa Godinho de Leiria que é uma avenida que está com alguns problemas. As valetas estão a comer as bermas da estrada e estrema das propriedades confinantes. Estamos a elaborar um projecto para a requalificação da mesma. Na parte cultural e do sector agrícola, porque nós somos uma vila vinhateira. Temos uma adega cooperativa que neste momento foi adquiro por um grupo de comercialização de vinhos com alguma dinâmica a nível nacional e internacional. Surgiu recentemente a oportunidade de fazer em Março, não só a festa do vinho, mas também a festa do vinho e da vila. Convidámos um conjunto de cidadãos a integrarem-se nessa mesma festa e torná-la num evento mais atrativo para captação de novo público e dar a conhecer o potencial do sector vinícola na nossa freguesia. Este evento realiza-se na casa das colectividades, um espaço que foi adquiro para que pudesse servir de tecto para algumas instituições da nossa terra, nomeadamente o rancho folclórico é um deles e os dadores de sangue, mas também para que seja um espaço aberto à comunidade no seu geral. Tudo isto deve-se a um grande esforço que nós temos. É um trabalho de equipa.

Quais são os grandes desafios que a freguesia enfrenta?

Um dos grandes desafios, penso que também se irá realizar a curto prazo. Penso que em 2025 estará concluído. Deixar-mos de ter uma barreira física entre Alcanhões e Santarém, já foi lançado pela segunda vez em concurso público para fazer a construção de uma variante da passagem de nível da Senhora da Saúde e passagem de nível das Assacaias, para que a ligação entre Santarém e Alcanhões seja mais rápida e sem esperas. Nós poderemos demorar nove minutos a chegar a Santarém, estamos a falar da rotunda do continente aqui, o que é um tempo bastante razoável para a ligação. Somos uma vila que confina a norte da sede do concelho, estamos a oito quilómetros por esta mesma via. É um objectivo que há muito se luta e penso que desta vez temos a luz ao fundo do túnel. Em termos da via pública, foi recentemente aprovado em reunião de câmara, uma luta bastante antiga, que é a colocação de lombas ou de qualquer situação que seja reduzir a velocidade em algumas vias da vila. Foi encontrada a solução de passadeiras elevadas de forma que reduzíssemos a velocidade. A população em geral manifesta esse interesse e ultrapassamos um conjunto de obstáculos.

O que é que o motivou a querer assumir a presidência de uma juntas de freguesia e também um cargo político?

O meu pai foi presidente de junta, o meu irmão é presidente de junta de uma outra freguesia, eu fui convidado em 2009 para ser candidato a presidente de junta à freguesia de Alcanhões, fui eleito em 2009/2013, depois fui reeleito em 2013/2017, entretanto perdi as eleições entre 2017/2021 e o que me motivou foi ver que as pessoas foram iludidas e que havia muita coisa que tínhamos para fazer e que infelizmente não foi realizado. Parámos quatro anos praticamente, não se realizou nada. Entretanto ganhei com maioria e penso que foi o reconhecer da população que algo não estava bem.

Como é que gostaria de ver a freguesia daqui a 10 anos?

Com mais crianças, com mais procura, mais trabalho no sentido de oferta de emprego e gostaria de ver requalificado o parque de estacionamento condignamente, com um monumento alusivo à freguesia vinhateira que é Alcanhões e um monumento que sinalizasse o centenário da vila. Espero que nos próximo cinco anos isso seja possível.

Como é que caracteriza o seu estilo de gestão desta junta de freguesia?

O nosso estilo de gestão é com muito fazer pouco. Nós socorremos de algumas ajudas e de alguns empresários que nos têm abraçado e contribuído connosco. Felizmente temos recebido muitos donativos para fazermos os certames que temos vindo a fazer, mas também sensibilizar no sentido de verem que estamos a melhorar a qualidade de vida da nossa freguesia. Para nós é uma honra os parceiros e empresários se associarem e não dizerem que não à Junta de Freguesia. Em termos de finanças, temos o nosso orçamento bastante equilibrado. Não tínhamos no passado e não paramos de fazer obra. Tem que ser uma gestão muito rigorosa, temos de pensar muito para que se possa tornar uma realidade.

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