Madalena de Mello Viana nasceu em Lisboa, estudou turismo e viajou pelo mundo. Hoje, com várias experiências de trabalho acumuladas, dedica-se a fazer crescer a Ollem, um projecto de Turismo Fluvial, com o qual pretende dar a conhecer a imensa beleza natural do Ribatejo. Neste momento, a Ollem está a desenvolver um projecto de turismo rural, na Quinta da Marchanta, na zona de Valada e pretende, ainda este ano, lançar ao Tejo o primeiro barco-casa para criar uma nova oferta de alojamento na região.
Como surgiu a ideia da empresa?
Esta história começou já há 15 anos. Iniciámos este projecto no Rio Tejo com a Rota dos Avieiros: 12 aldeias, desde Lisboa até à Golegã, sendo que só uma, a do Escaroupim, é que está aproveitada para o turismo. Temos, neste momento, três barcos que fazem passeios regulares no Tejo e temos um projecto para uma quarta embarcação. No ano passado, surgiu a oportunidade de ficarmos na Quinta da Marchanta, em Porto de Muge, colada a Valada, na proximidade ao rio Tejo, onde dispomos de 11 quartos, restaurante, e desenvolvemos a vertente do turismo rural, com passeios a cavalo. É um casamento muito feliz, porque são produtos que se complementam.
Que outros projectos quer desenvolver?
Actualmente, os barcos que temos são tradicionais, para passeios com duração de cerca de duas horas e meia. Quando aqui cheguei, percebi que o rio tinha vida própria e uma história ligada aos avieiros. Achei que seria interessante mostrar esta cultura. O meu sonho foi sempre o de fazer a ligação entre Lisboa e o Ribatejo através do rio. Finalmente, começa a abrir-se essa possibilidade: tenho o primeiro barco em construção, que espero que esteja na água em Abril. É um barco-casa, com casco que permite navegar no mar e com a parte de cima toda em vidro: as pessoas, quando acordam, estão no meio do rio. É um barco de 12 por 4 metros, com duas suites, sala e cozinha. Serve para seis pessoas. Se não for para dormir, dá para 12.
Serão projectos que servem para potenciar o turismo na zona do Ribatejo? Como olha o panorama turístico na região?
As terras do Ribatejo são as mais ricas de Portugal, com os agricultores ainda muito virados para a agricultura. Mas começam, cada vez mais, a virar-se para o turismo. Estamos muito perto de Lisboa e temos o rio Tejo, que é uma auto-estrada de água. O rio perdeu importância, mas eu acho que se lhe está a começar a dar de novo importância. Se não fosse o rio, o Ribatejo não existia. Não havia a fertilidade dos campos, não havia estes cavalos, os vinhos, etc. Acredito que através do rio depois se consiga expandir. É um caminho ainda a fazer…
Para alavancar o projecto recorreu a que apoios?
Pedi ajudas ao Portugal 2020 e é com eles que estamos a trabalhar de momento. Destaco aqui, também, o papel APRODER, associação que conheço desde o início da minha actividade, com a qual espero colaborar muito em breve.
As perspectivas são de crescimento?
Sim. Aliás, como referi, esperamos ter o novo barco na água em Abril. E em Abril de 2022 queremos ter já o segundo barco-casa. O barco não pode subir mais do que Valada. Por isso temos planeada a disponibilização de carrinhas para transportar as pessoas, depois de passarem dois ou três dias no barco, a conhecer a região. O Ribatejo é o centro de Portugal. Há milhares de coisas para fazer aqui à volta. Temos a “Onda da Nazaré”, que é conhecida mundialmente, temos Óbidos, temos Santarém. Temos as Caldas, a Falcoaria de Salvaterra… temos tanto para oferecer!