O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Santarém foi palco, no passado sábado, da apresentação da obra “História das Freguesias do Concelho de Santarém / Decisões Sociais e Económicas”, da autoria do historiador Martinho Vicente Rodrigues. Dividida em três volumes, a obra é um tributo ao património material e imaterial das freguesias do concelho, afirmando-se como um marco essencial na preservação da memória colectiva e na valorização da identidade local.

O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Santarém foi o palco escolhido para a apresentação da obra “História das Freguesias do Concelho de Santarém / Decisões Sociais e Económicas”, da autoria do professor e historiador Martinho Vicente Rodrigues. Dividida em três volumes, a obra oferece um olhar profundo e detalhado sobre a história, o património e a identidade das freguesias do concelho, afirmando-se desde já como uma referência para a historiografia regional e nacional.

A cerimónia, que decorreu no passado sábado, dia 14, reuniu personalidades de relevo, como o próprio autor, o vice-presidente da Academia Portuguesa de História, Miguel Corrêa Monteiro, e o presidente da Câmara Municipal de Santarém, João Teixeira Leite. A sessão contou ainda com a presença de autarcas, académicos, representantes religiosos e membros da comunidade local, que encheram o espaço numa manifestação de interesse pela valorização do património concelhio.

Uma obra de rigor e dedicação

O professor e historiador Martinho Vicente Rodrigues, visivelmente emocionado, iniciou a sua intervenção sublinhando o carácter exaustivo da pesquisa que deu origem à obra. “Esta não é uma obra que traga grandes revelações, mas sim uma que reflete e consolida a memória das nossas freguesias. A história deve ser contada com rigor, mas também com um olhar no futuro”, afirmou.

O autor destacou o processo meticuloso de recolha de informação, que envolveu a visita a cada uma das freguesias do concelho. “Percorri rios, lagoas, moinhos e tabernas. Falei com as gentes, procurei os vestígios de um passado que nos define e que, por vezes, nos passa despercebido”, explicou, referindo a importância do património material e imaterial na construção de uma identidade colectiva. Para Martinho Vicente Rodrigues, o livro é também um tributo às comunidades que, ao longo dos séculos, moldaram o território: “Cada freguesia é um microcosmo que guarda em si histórias, tradições e saberes que merecem ser preservados e partilhados.”

“O Concelho de Santarém é um património material e imaterial de alta riqueza impressionante na diversidade dos seus tesouros artísticos, idolatria económica, extremamente emancipados a desempenharem um papel relevante na história exemplar. De facto, aqui estão as marcas da herança dos tempos no projecto excepcional da humanização, de autoconfiança e orgulho para dar mobilidade infinita, numa transformação progressiva, universalmente admirado, a afirmar-se num triunfo constante”, afirma o autor, que é também director do Centro de Investigação Veríssimo Serrão.

Um contributo inestimável para a historiografia

O vice-presidente da Academia Portuguesa de História, Miguel Corrêa Monteiro, foi o responsável pela apresentação da obra, enaltecendo a qualidade do trabalho desenvolvido pelo autor. “O Professor Martinho Vicente Rodrigues traz-nos uma obra monumental, fruto de uma investigação séria, rigorosa e apaixonada. Trata-se de um contributo valiosíssimo para a preservação da memória das nossas freguesias e, consequentemente, para a identidade do concelho de Santarém”, declarou.

Corrêa Monteiro destacou a forma como a obra articula o passado com o presente, criando um testemunho que servirá de referência para futuras gerações. “Há aqui uma sensibilidade notável, uma atenção ao detalhe e um respeito profundo pelas comunidades. Cada freguesia é retratada com imparcialidade e carinho, dando voz ao quotidiano das suas gentes e às suas dinâmicas económicas, sociais e culturais”, acrescentou.

O académico sublinhou ainda a importância de publicações como esta num mundo cada vez mais globalizado: “A história local é a raiz de uma identidade maior. Conhecer as nossas freguesias, as suas tradições, os seus desafios e as suas conquistas é fundamental para compreendermos quem somos e para onde queremos ir.”

O reconhecimento da Câmara Municipal

O presidente da Câmara Municipal de Santarém, João Teixeira Leite, encerrou as intervenções com um discurso focado na importância do conhecimento histórico para a construção de um futuro sustentável. “Esta obra é um verdadeiro legado. É um testemunho real da nossa memória colectiva, mas também um instrumento essencial para projectarmos o futuro com determinação e orgulho nas nossas raízes”, afirmou.

O autarca valorizou o trabalho do autor, destacando a sua dedicação e paixão pelo território: “São muitos anos de investigação, muitas horas de trabalho e muitos quilómetros percorridos. O Professor Martinho Vicente Rodrigues oferece-nos um trabalho inestimável que perpetua a riqueza do nosso concelho para as gerações futuras.”

João Teixeira Leite sublinhou ainda a diversidade e o potencial do concelho de Santarém, mencionando locais emblemáticos como o Tejo, o Mochão de Pernes, o Castelo de Alcanede e o vasto património cultural do Centro Histórico da cidade. “Temos um concelho ímpar, com uma história rica e diversificada. Este trabalho deve ser levado às nossas escolas, deve chegar aos mais jovens, para que aprendam a valorizar a terra onde vivem e a história que os antecedeu”, concluiu o presidente da autarquia.

Uma obra de referência para o futuro

A obra “História das Freguesias do Concelho de Santarém / Decisões Sociais e Económicas” resulta de anos de investigação e constitui um documento essencial para quem procura conhecer a história e a identidade das freguesias do concelho. Com estes três volumes, Martinho Vicente Rodrigues oferece-nos um retrato cuidado e profundo, que reflete não apenas o passado, mas também as dinâmicas que moldam o presente e apontam para o futuro.

No encerramento da cerimónia, o autor agradeceu o apoio dos colaboradores e das instituições que tornaram o projecto possível, reiterando que “a partilha do conhecimento é uma arma poderosa para enfrentarmos os desafios do futuro”.

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