Bruno Riachos é um apaixonado por toda a cultura Ribatejana, especialmente pelo mundo dos cavalos e dos toiros, bem como pela “sua querida Golegã”.

Ao ‘Correio do Ribatejo’ destaca os momentos altos de uma festa que exalta a figura do campino, do cavalo, do toiro e também do Ribatejo, na Vila da Golegã.

Como nasceu esta associação?

Associação Olé Golegã, nasce de uma ideia de um jovem da Golegã, José Faustino, que consegue juntar um grupo de jovens que queria promover várias actividades e eventos de âmbito cultural, exaltando especialmente a figura do campino, do cavalo, do touro e também do Ribatejo na Vila da Golegã.

Quais os momentos altos do “Olé, Golegã 2024”?

Os momentos altos do “Olé, Golegã 2024”, serão sem dúvidas todas as actividades mencionadas no cartaz, dando especial enfase às esperas de toiros bem como as largadas aliadas a um ambiente de tertúlias, finalizando as noites com excelentes espectáculos musicais em especial a noite de sábado com actuação do grupo espanhol “R.A.Y.A”.

No sábado existe também a tradicional “Bênção do gado”, que demonstra a reverência com que os animais são tratados, homenageando uma prática de antigamente muito comum carregada de significado religioso, cultural e económico na medida em que o gado era importantíssimo para a subsistência das comunidades rurais.

Que balanço faz destes 12 anos de “Olé, Golegã”? Que desafios encontraram ao longo destes anos?

A associação, de ano para ano, tenta elevar sempre a fasquia do certame. Todos os membros são conscientes do trabalho que o certame envolve.

O balanço no nosso ponto de vista é bastante positivo e isso tem contribuído para o crescimento de vários sectores locais, como o turismo, a hotelaria e o entretenimento, bem como tem ajudado a “elevar” o nome da nossa querida terra “Golegã”.

Os principais desafios ao longo destes anos, são as despesas que acarretam um crescimento rápido de um evento deste carisma.

Haverá certamente muito caminho a percorrer e espaço de crescimento que, apesar das muitas dificuldades de orçamento, vai-se construindo com o esforço de membros voluntários pela causa.

A associação possui ajudas monetárias, bem como todo o apoio logístico, por parte da Câmara Municipal da Golegã e da Junta de Freguesia da Golegã e ainda de alguns patrocínios de empresas privadas, só assim conseguimos sobreviver a todas as despesas deste grande crescimento.

Além do “Olé, Golegã” de que outra forma a associação promove a cultura ribatejana e as actividades ligadas ao mundo tauromáquico e equestre?

Associação em Março de cada ano, promove um passeio Equestre entre a Vila e os seus campos agrícolas. Em anos anteriores era promovido um concurso de cernelhas com vários grupos de forcados e quem sabe se no próximo não entrará em vigor novamente. Será uma das apostas para 2025.

Em tempos, também fizemos espectáculos culturais como por exemplo, noites de fados, entre outros, de forma a angariar receita para o certame principal.

A região do Ribatejo continua a ter uma forte ligação a esta cultura ou a geração mais nova está a perder a ligação a estas tradições?

Na nossa ideia de associação julgamos que no Ribatejo existe uma forte ligação a esta cultura. A título de exemplo este ano entraram novos membros de uma geração mais nova de modo acrescentar “sangue” novo e dar continuidade a esta nossa causa.

No fundo, o certame está inserido numa cultura muito própria do ribatejo e que é a que tentamos preservar, de forma a que os mais novos possam saber o que era a Golegã de antigamente, um concelho rural onde o gado tinha uma presença muito vincada no seu quotidiano. Somos um concelho de grandes coudelarias e de algumas ganadarias, mas também de grandes campinos e, por isso, o contacto com estes animais era diário.

Dizem os antigos que se lembram de ver os toiros e os cavalos acompanhados pelos campinos a passarem pelas ruas da Golegã quando havia mudança de pastagens ou mesmo quando iam para corridas de toiros.

Resumindo, pretendemos conservar a tradição em vez de falar dela como algo longínquo, o que nos enche de orgulho, sabermos de onde “viemos”.

De que forma se pode promover melhor a cultura do Touro, do Cavalo e do Campino?

Julgo que todo o tipo de eventos como o “Olé, Golegã”, deverão ser promovidos e apoiados por todos. O Ribatejo sempre viveu destas causas e cabe a todos transmitirem os valores das tradições de geração em geração.

No fundo, os concelhos ribatejanos poderiam juntar-se em prol desta cultura tão própria e juntar esforços para dignificar ainda mais a nossa história ribatejana.

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