O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, defendeu hoje que o Orçamento do Estado para 2022 é “vago e desolador”, apesar das propostas para as famílias, e não apresenta uma estratégia para a agricultura.

“O Orçamento do Estado é um bocadinho desolador no que diz respeito à recuperação da economia por parte das empresas. Tem algumas medidas vocacionadas para as famílias, que enaltecemos e felicitamos, mas, infelizmente, também temos a ideia de que a maior parte desses alívios expressos, nomeadamente nos escalões do IRS, serão absorvidos e dissolvidos nos encargos fiscais que vão provocar maiores despesas à família, como os custos da energia”, afirmou o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em declarações à Lusa.

Para Eduardo Oliveira e Sousa, o Orçamento é vago e tem poucos apoios para as empresas, sendo que a confederação propõe a diminuição da despesa do Estado e da carga fiscal, alterando as taxas.

Conforme apontou, a proposta, apresentada esta segunda-feira à noite, está ainda condicionada “à malha onde o Governo está enleado”, desde que assumiu compromissos com os “partidos radicais à esquerda”.

A confederação disse ainda acreditar que o próprio PS está contra alguns assuntos inscritos no Orçamento, mas vê-se obrigado a incluí-los para receber apoio parlamentar, prejudicando o sector empresarial e, em geral, a sociedade.

No que se refere especificamente à agricultura, Eduardo Oliveira e Sousa notou que o setor foi confrontado com apenas cinco palavras – “potencia, assegura, valoriza, apoia e desenvolve -, sem um único euro, medida, ideia concreta ou ideia a atingir”.

Reiterando que este orçamento está aquém do esperado, o presidente da CAP referiu que as poucas medidas apresentadas para o sector se dirigem apenas a uma agricultura rudimentar.

Eduardo Oliveira e Sousa mostrou-se também pouco esperançoso quanto à possibilidade de as reivindicações do sector virem a ser incluídas no OE, lembrando que as cinco confederações patronais apresentaram, em conjunto, um documento com as principais propostas, sendo que “praticamente nada” foi incluído.

O Governo entregou na segunda-feira à noite, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE22), que prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% em 2021 e 5,5% em 2022.

No documento, o executivo estima que o défice das contas públicas nacionais deverá ficar nos 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e descer para os 3,2% em 2022, prevendo também que a taxa de desemprego portuguesa descerá para os 6,5% no próximo ano, “atingindo o valor mais baixo desde 2003″.

A dívida pública deverá atingir os 122,8% do PIB em 2022, face à estimativa de 126,9% para este ano.

O primeiro processo de debate parlamentar do OE2022 decorre entre 22 e 27 de Outubro, dia em que será feita a votação, na generalidade. A votação final global está agendada para 25 de Novembro, na Assembleia da República, em Lisboa.

Leia também...

“Vendas foram balão de oxigénio para as empresas em termos económicos, mas também em termos anímicos”

HELENA FIDALGO, PRESIDENTE DA MOVALMEIRIM As tradicionais campanhas natalícias ganharam, este ano, maior relevância face a anos anteriores. A promoção e dinamização do comércio…

NERSANT sensibiliza PME para potencial das nanotecnologias

A NERSANT vai realizar um workshop gratuito sobre os novos materiais e nanotecnologia, que decorre já no dia 10 de Outubro, pelas 14h30, na…

Hostel em Constância disponibiliza camas para médicos e enfermeiros

O Hostel 18, uma unidade de alojamento local em Constância, oferece as suas acomodações “de forma gratuita e durante os próximos 30 dias para…

Comércio local em Santarém com quebras entre os 40% e os 90%

O pequeno comércio dos concelhos de Santarém, Almeirim, Alpiarça, Benavente, Cartaxo e Chamusca registou quebras entre 40% e 90% nas últimas semanas, devido às…