A Polícia Judiciária deteve mais duas pessoas, após 22 buscas no âmbito da operação “Cordial Mente”, que se iniciou em novembro de 2018 e que investiga crimes de burla qualificada, branqueamento, fraude fiscal e associação criminosa.
Numa nota de imprensa, o Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária informou que “foram agora realizadas mais 22 buscas na zona norte do país, tendo resultado a apreensão de diverso e relevante material probatório”, na sequência da operação desencadeada em Novembro de 2018, em inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Santarém.
Em cumprimento de mandados de detenção, foram detidos mais dois homens, ambos com 50 anos, “por se encontrarem fortemente indiciados pelos crimes de burla qualificada, branqueamento, fraude fiscal e associação criminosa”.
Após apresentação à autoridade judiciária, foram aplicadas as medidas de coação de prisão preventiva a um dos suspeitos e de proibição de contacto com os restantes arguidos ao outro.
“Nesta investigação estão em causa crimes praticados de forma organizada, concretizados através da constituição de firmas fictícias, com o recurso a facturação falsa, simulando transacções reais”, refere ainda o comunicado.
Segundo a PJ, “foram já contabilizados danos patrimoniais que ascendem a cerca de dez milhões de euros, decorrentes de terem sido lesadas inúmeras empresas e particulares, bem como o próprio Estado, em termos fiscais”.
A operação envolveu a afectação de meios humanos e materiais das Directorias do Centro e Norte, bem como do Departamento de Investigação Criminal de Braga, num total de cerca de 40 operacionais.
Em Novembro de 2018, a PJ revelou que, durante as buscas, se tinha procedido à apreensão e recuperação de “inúmeros bens ainda não quantificados, sendo igualmente apreendida significativa quantidade de documentação, que serviria de suporte à actividade criminosa”.
A PJ informou que a operação visou o desmantelamento de um grupo organizado que se dedicaria à prática de múltiplos crimes de natureza económica e patrimonial.
A investigação, tutelada pelas autoridades judiciárias de Santarém e Tomar, determinou a emissão de 18 mandados de detenção e de 36 mandados de busca, cumpridos em várias localidades de norte a sul do país.
Em Dezembro, a PJ revelou à Lusa que tinha identificado mais queixas e armazéns associados ao crime de burla, na sequência da investigação que decorreu no âmbito da operação “Cordial Mente”.
Fonte da PJ disse à Lusa foram registadas pelo menos mais 12 queixas de lesados contra o grupo suspeito de comprar mercadoria sem pagar, revendendo-a a preços mais reduzidos e recorrendo sempre a empresas fictícias.