O presidente da Câmara de Abrantes disse que o fecho da central a carvão do Pego é “um momento histórico”, manifestando “grandes expectativas para com o futuro” pelas oportunidades de desenvolvimento social e económico do Fundo de Transição Justa.

“São várias as situações aqui em causa com o encerramento da central a carvão, mas hoje foi aqui apresentado, quer pelo senhor ministro do Ambiente, quer pela senhora ministra da Coesão Territorial, propostas concretas e objectivas […] quer no cuidado que vamos ter com os trabalhadores, quer no fundo com os mecanismos financeiros que vão estar disponíveis para surgirem novos investimentos no nosso território”, disse à Lusa Manuel Jorge Valamatos, destacando as declarações do primeiro-ministro “de que o Governo tudo fará para concretizar isto mesmo, a protecção das pessoas e a protecção de um território”.

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje, naquele concelho do distrito de Santarém, que o encerramento da unidade a carvão da Central Termoeléctrica do Pego é um exemplo que dá “confiança” de que a transição energética é possível “sem deixar ninguém para trás”.

António Costa falava na sessão de apresentação das medidas de antecipação do Fundo para a Transição Energética que visam compensar os trabalhadores e o território do Médio Tejo, onde Abrantes se insere, pelo encerramento daquela unidade, no dia que marca o fim do uso do carvão como fonte de produção de energia em Portugal.

“É precisamente de justiça que hoje aqui tratamos na nossa cidade, desde logo a justiça de garantirmos a devida protecção do planeta para as gerações futuras, afirmada pelo processo da descarbonização, mas sobretudo a justiça de concretizar este desígnio assumindo compromissos com a humanidade, num processo de defesa da sustentabilidade que impeça a pobreza e a desigualdade nas nossas comunidades”, frisou o autarca de Abrantes.

Nesse sentido, afirmou, dirigindo-se ao primeiro-ministro, “é fundamental a intervenção do Fundo da Transição Justa e que este seja concentrado nos territórios que enfrentam relevantes desafios socioeconómicos decorrentes dos processos de transição para uma economia neutra”.

Esta, acrescentou, é “uma oportunidade única” para tornar as economias “mais modernas e mais competitivas com base em investimentos sustentáveis e para ajudar os territórios que hoje já absorvem o impacto da transição”.

Valamatos disse ainda ser “imprescindível assegurar a requalificação dos trabalhadores afectados nos processos de transição, garantindo-lhes emprego, formação e protecção social adaptada às exigências que vivemos”, fazendo surgir novas oportunidades na economia local e regional.

“O fomento da actividade económica, a promoção de ecossistemas de empreendedorismo, o desenvolvimento e a transferência de sectores de actividade com tecnologias avançadas para estas regiões, e, no caso de Abrantes, a reconversão da central termoeléctrica do Pego para energias renováveis são prioridades que terão forçosamente de se concretizar”, defendeu.

O Governo lançou hoje um aviso para apoiar empresas que queiram fazer novos investimentos no Médio Tejo, empregando trabalhadores da região, especialmente os afectados pelo encerramento da unidade a carvão da Central Termoeléctrica do Pego.

O anúncio foi feito pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na sessão em que foi anunciada a antecipação de fundos da Transição Justa para apoio ao emprego e ao investimento no Médio Tejo.

Ana Abrunhosa afirmou que o aviso se destina a investimentos focados no “futuro da indústria e da economia”, nomeadamente na mobilidade sustentável, nas energias renováveis, na economia circular, na biotecnologia ou noutras tecnologias limpas.

Segundo o ministro do Ambiente, o aviso lançado hoje para a instalação de novas actividades económicas na região deverá criar 600 a 700 postos de trabalho.

“Estimamos, e obviamente só podemos estimar, que virão a ser criados 600 a 700 postos de trabalho em função do aviso”, disse.

Reconhecendo o impacto económico e social do encerramento da unidade a carvão da central do Pego, Matos Fernandes declarou-se convencido de que o Fundo para a Transição Justa permitirá fazer nascer no território “um conjunto de grandes projectos, da nova economia, alinhados com a digitalização e a descarbonização”.

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