Foto Ilustrativa
Foto Ilustrativa

A Ordem dos Arquitectos (OA) alertou hoje para a falta de capacidade técnica e logística da maioria das empresas mundiais para um megaprojeto de novo aeroporto e lamentou ter sido pouco envolvida nos trabalhos da Comissão Técnica Independente.

“Se, como se antevê, dado o ‘cronograma apertado’, o modelo definido para executar este megaprojeto for um procedimento único e por inteiro para todas estas necessidades, então serão poucas as empresas no mundo com capacidade técnica e logística para se apresentarem para a sua execução”, avisou a OA, em comunicado enviado às redações.

A instituição lamentou ter tido uma participação residual nos trabalhos da Comissão Técnica Independente (CTI) que está a estudar as possíveis localizações para a solução aeroportuária da região de Lisboa, a quem transmitiu as suas preocupações numa audiência no final de outubro, solicitada pela nova direção da Ordem, que tomou posse no mesmo mês.

“Mantemos elevadas preocupações relativamente ao processo e ao modelo aeroportuário a propor”, referiu o presidente da AO, Avelino Oliveira, acrescentando que “as principais preocupações dos arquitetos não estão equacionadas no âmbito do trabalho que se está a executar”.

Para aquela entidade, os trabalhos estão a incidir sobre “o onde e o quando”, mas a deixar de parte “o como”.

“Este problema no planeamento, que perverte o sistema e beneficia as grandes corporações, terá consequências diretas no bolso dos contribuintes”, prevê a ordem profissional, apontando que um modelo de megaprojeto levará à criação de uma nova cidade, onde ficarão alojados os “mais de 10.000 trabalhadores” que vão construir o aeroporto e todas as infraestruturas de apoio.

A OA antevê que este modelo constitua um condicionamento para os técnicos portugueses e até ibéricos, condicionando o projeto “aos dois ou três grupos internacionais (dos EUA, Inglaterra, Ásia) que têm capacidade para isso”, referiu Avelino Oliveira.

Por este motivo, a entidade pretende passar a ter uma ação muito mais interventiva no processo e vai promover um debate entre técnicos especializados “sobre todas as necessidades urbanas, de planeamento e projeto que são essenciais para construir um aeroporto, independentemente do local escolhido”.

A CTI deverá entregar o relatório final no final do ano, ou o mais tardar no início de janeiro e, segundo o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o Governo tomará depois “rapidamente” uma decisão.

Em 27 de abril, a CTI anunciou nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo mais Portela+Alcochete, Portela+Pegões, Rio Frio+Poceirão e Pegões.

Uma resolução do Conselho de Ministros aprovada no ano passado definiu a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa (Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; Santarém), mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções.

Leia também...

Descoberta nova gravura rupestre com mais de 20 mil anos no vale do Ocreza

Uma terceira gravura rupestre com mais de 20 mil anos, que representa…

Município de Santarém requalifica arruamentos na Póvoa da Isenta

A Câmara Municipal de Santarém (CMS) está a proceder a diversas reparações…

Santarém atribui apoio às freguesias para aquisição de viaturas para transporte colectivo de crianças

A Câmara de Santarém deliberou ontem, dia 29 de Agosto, em reunião…

Biblioteca Municipal da Chamusca recebe Exposição do “Fósforo à Arte”

A Exposição do “Fósforo à Arte”, da autoria do artista Ernesto Figueiredo,…