Artur Manuel Glórias Colaço, presidente da União de Freguesias de Romeira e Várzea, é um homem do terreno, que gosta mais de fazer do que de prometer. Entende que fazer política numa autarquia local é um verdadeiro exercício de proximidade, onde a exigência é uma constante: “temos de dar respostas adequadas às necessidades da Freguesia e População em tempo útil”, afirma nesta entrevista ao Correio do Ribatejo, onde elenca as principais prioridades para este mandato e os desafios que se colocam no futuro.
Quais são os principais desafios que a freguesia enfrenta neste momento?
Eu diria que são vários os desafios que a freguesia enfrenta neste momento: desde logo, temos como prioridade a Acção Social e Educação. Acredito ser fundamental dinamizar a Acção Social da Freguesia de forma a reforçar o apoio aos mais carenciados e idosos. Para isso, contamos com o apoio de vários elementos da lista de candidatos à Assembleia de Freguesia com conhecimento em Acção Social e foi, precisamente nesse sentido, criada uma equipa para o efeito em articulação com várias outras entidades.
Para a área da Educação, basicamente o projecto será idêntico, com a intenção do melhoramento do Parque Escolar. O grande objectivo é fixar as crianças da freguesia nos nossos estabelecimentos de ensino.
Quais são as suas perspectivas para o futuro da Freguesia?
Entendemos que já somos uma freguesia com futuro, dado a área geográfica e os serviços que prestamos aos nossos fregueses. Embora reconheça que a evolução da comunicação digital entre as entidades autárquicas e com os fregueses, seja uma necessidade para o futuro da freguesia.
Quais as prioridades para este mandato e as grandes áreas de intervenção?
Dando continuidade ao nosso trabalho, e como prioridades, temos várias áreas, tais como a Acção Social, a Educação, o Ambiente, a Rede Viária, o Desporto e o Associativismo, dando prioridade, como referi anteriormente aos sectores da Acção Social e Educação. Isto embora entenda a necessidade de desenvolver o desporto, desenvolvendo os vários projectos para a prática desportiva.
Um dos principais problemas que temos na nossa área geográfica consiste na rede viária, com a necessidade de eliminar um conjunto de pontos negros na sinistralidade automóvel, nomeadamente na Estrada Nacional (EN) 114, em particular no cruzamento do Graínho.
Por outro lado, temos a necessidade premente de requalificação de algumas vias municipais que já existem no contrato conservação da Câmara há alguns anos, mas que se que se encontram ainda por realizar.
Por fim, em termos de prioridades para este mandato e grandes áreas de intervenção, identificamos claramente a requalificação de Espaços Públicos em alguns lugares da freguesia e queremos fazer uma aposta na melhoria do escoamento das águas pluviais. Outro grande problema que identificamos e que urge encontrar uma solução é a fibra óptica instalada neste território, que precisa de uma intervenção.
Que projectos gostaria de concretizar neste mandato? Que obra espera fazer?
Para este mandato, este executivo tem a intenção de promover um projecto para o equipamento desportivo existente e sua construção, de forma a dinamizar o desporto na Freguesia. Queremos, também, promover e desenvolver o projecto para um Espaço Verde e de Lazer no terreno do Freixo, assim como promover e desenvolver um projecto de sinalização e segurança para a nossa rede viária.
Como concretização já neste mandato contamos com a construção da casa mortuária da Romeira e respectiva sala multiusos, melhoramentos no parque escolar, arranjo e recuperação da capela do cemitério da Várzea, alargamento do cemitério da Romeira, construção de arquivo e sala de reuniões na Sede da Freguesia, requalificação da Junta da Romeira, conclusão do Parque de Lazer de Perofilho, recuperação do Parque Infantil da Romeira, construção de Bases de Ecopontos Amigos do Ambiente e requalificação de bermas em vários arruamentos da Freguesia.
Todas estas obras e projectos têm a perspectiva de tornar o território mais atractivo e continuar a prestar um bom serviço à população, como o já existente na nossa freguesia, nomeadamente com o Espaço Cidadão, Posto dos CTT, Centro de Saúde, Farmácia e, claro, uma política de proximidade. Tenho esperança que se faça uma boa revisão do Plano Director Municipal (PDM), que permita o desenvolvimento de uma área urbana e comercial que atraia e permita a fixação dos jovens na Freguesia.
Considera o papel das Juntas, por representarem o poder político de proximidade, deveria ser reforçado?
Considerando o papel da Junta e o Poder Político como política de proximidade, temos que ser exigentes, dar respostas adequadas às necessidades da Freguesia e População, seja com as competências já atribuídas ou que venham a ser atribuídas, desde que acompanhadas com um justo valor financeiro.
Em termos financeiros, como está esta União de Freguesias?
Neste momento temos uma situação estável, aliás como ao longo destes últimos oito anos. Ao longo desse tempo, e no actual mandato, sempre foi nossa política trabalhar com rigor orçamental de forma a cumprir os prazos de pagamento aos fornecedores e garantir uma almofada financeira para dar resposta a uma despesa não prevista.
Como olha para a solução política encontrada para garantir a estabilidade política da autarquia?
Olho para a situação política encontrada para garantir a estabilidade política como positiva entre as duas forças políticas (PS e PSD) que, ao longo dos anos, lideraram os destinos da autarquia. O que desejo é que ambos os partidos trabalhem para o desenvolvimento do concelho.
Existe uma boa colaboração entre a UF e a Câmara?
Sempre houve uma boa cooperação entre a Câmara Municipal e a União de Freguesias. Mas, como é natural em qualquer organização, umas correspondem pela positiva, outras não, mas é mesmo assim, cada uma defende a sua Entidade, desde que corresponda às nossas necessidades.
O que o motivou, pessoalmente, a assumir a liderança de uma junta de freguesia? Como é que sentiu o apelo para a política?
Boa pergunta para quem dizia que este é um cargo que nunca quereria assumir. Algo mais forte me entrou no pensamento e vi que tinha muito a dar a esta terra e às pessoas. Após ter sido eleito para a Assembleia de Freguesia, desde o início percebi que podia ir mais além e oferecer mais de mim à Freguesia que me viu crescer e às suas gentes. Esta é a terra dos meus pais e a minha paixão, onde passei grande parte da minha adolescência.
Que mensagem quer deixar aos seus fregueses?
Tem sido uma honra ser Presidente da União das Freguesias de Romeira e Várzea, ao longo dos últimos anos. Iniciamos agora um novo mandato autárquico com a mesma determinação de 2013. Um mandato ainda dominado pelo resultado de dois anos de pandemia. Mas temos que aproveitar todas as potencialidades da Freguesia e enfrentar todas as dificuldades, conhecendo o passado e enfrentando o futuro, porque os projectos não valem pelo que se propõe, mas sim pelo que se realiza.
Só assim vale a pena continuar a trabalhar com um Executivo e uma Assembleia de Freguesia que pretendem continuar o progresso e o crescimento da nossa União das Freguesias de Romeira e Várzea. Podem contar connosco.