Luís Carlos Salgueiro, professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), acredita que são muitas as lições tiradas dos confinamentos, sublinhando que a comunidade educativa “está cansada”, mas já a pensar no que “o futuro reserva”.
“As escolas estão bem, mas estão, como penso que todos nós, a precisar de tempo de repouso. Estamos a chegar ao termo deste ano lectivo, que tem sido uma luta pela saúde e pela harmonia nestes tempos de pandemia, tentar perceber o que é que nos envolveu e como nos transformou, que feridas deixou e potencialidades abriu e o que o futuro nos reserva”, assinalou o docente.
O professor de EMRC nas Escolas da Golegã e Chamusca, com alunos do 1.º ciclo ao secundário, aponta que “as feridas são diferentes” consoante a idade.
“As feridas são diferentes, são sobretudo possibilidades, no 1.º ciclo são situações dos afectos e emoções, o estar em sala de aula, na interacção, a proximidade física é fundamental e transversal aos anos todos”, refere.
“Há aqui qualquer coisa que não se sabe em relação ao futuro, mas o futuro está impregnado, grávido, de esperança e há também aqui algum cansaço, ainda mais com o tempo de prolongamento das aulas, mas há o sentimento da paz de espírito, dizer que se vai cumprindo com todas as forças, com o melhor que cada um sabe fazer”, sublinha.
O professor Luís Carlos Salgueiro tirou várias lições dos confinamentos, das aulas online e dos novos regressos, uma delas foi perceber os “silêncios”.
“Uma das lições é que há silêncios que, mesmo as distâncias nos dizem mais que as palavras, há silêncios que são de verdadeira escuta, de saturação, de indiferença, não há um só silêncio”, conclui.
Sónia Neves – Agência Ecclesia