A antiga secção de trituração da fábrica de briquetes da Mina do Espadanal, em Rio Maior, vai ser reabilitada com fundos doados por mecenas, ao abrigo do projeto cívico de salvaguarda e musealização do património mineiro do concelho

O contrato de empreitada para a reabilitação foi celebrado entre a EICEL1920 – Associação para a Defesa do Património e a empresa que irá avançar com a obra, integrada no plano de salvaguarda e musealização da antiga fábrica de briquetes da Mina do Espadanal.

O processo de estudo e salvaguarda do património mineiro de Rio Maior, foi iniciado em 2004 pelo presidente da direção da EICEL1920, arquiteto Nuno Rocha, e “mereceu o reconhecimento das entidades oficiais e da comunidade científica”, refere a associação num comunicado sobre o projeto de recuperação faseada do complexo mineiro do Espadanal, que agora “entra numa nova fase”.

De acordo com a associação, “numa primeira fase instalar-se-á um núcleo museológico, no qual será feita uma leitura integrada do património geológico e das evidências patrimoniais da atividade mineira e da indústria extrativa disseminadas pela região, e a apresentação da História do Couto Mineiro do Espadanal”.

Tendo em vista a futura dinamização de um Museu Mineiro, e a inserção do projeto nas redes internacionais de defesa e valorização do património cultural, a EICEL1920 promoveu a criação do Clube UNESCO para o Património Cultural, cujo protocolo de constituição foi celebrado em 23 de novembro de 2019. O museu ficará definitivamente instalado na antiga fábrica de briquetes.

O reconhecimento do projeto “potenciou a obtenção de fundos para a realização da obra de restauro da antiga secção de trituração da fábrica de briquetes da Mina do Espadanal, no valor de cerca de cento e vinte mil euros”, informou a associação, sublinhando que o financiamento foi conseguido através de apoios concedidos pelos beneméritos Chen Yanhong e Chau Seng Chon, por intermédio da Secção para o Intercâmbio Cultural Luso-Asiático do Clube UNESCO para o Património Cultural, coordenada por Leong Fu Cheong.

A concretização da obra dotará o concelho de Rio Maior de “um equipamento cultural longamente ambicionado pela comunidade riomaiorense, preservando e valorizando a memória da importante indústria mineira desenvolvida na região durante o século XX”, lê-se na nota.

O edifício reabilitado constituirá ainda, segundo a EICEL1920, “um centro para o intercâmbio cultural Luso-Asiático integrado na Rede de Clubes e Associações UNESCO”.

O Complexo Mineiro do Espadanal, de que fez parte a Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal, é uma exploração de carvão iniciada durante a primeira Guerra Mundial, em resposta à falta de combustíveis.

Em 2010 foi criada a Associação para a Defesa do Património que, segundo o seu vice-presidente, Augusto Figueiredo, “adotou o nome EICEL 1920, por ter sido a empresa que explorou a mina”.

Desde a sua criação, a associação tem tentado mobilizar o município e a população “em defesa de um património definidor da identidade local.

Em 2013, o município adotou as propostas da EICEL1920 para o Património Mineiro no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Rio Maior e, em julho de 2019, a Assembleia da República aprovou uma recomendação ao Governo para a classificação do conjunto edificado composto pela fábrica de briquetes e plano inclinado da Mina do Espadanal como Património de Interesse Público.

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