Foto: Alípio Padilha.

O encenador e programador Pedro Barreiro vai ser o próximo diretor artístico da estrutura cultural O Espaço do Tempo, de Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, após a saída do coreógrafo Rui Horta, foi hoje revelado.

Em declarações à agência Lusa, o ainda responsável pelo Espaço do Tempo, Rui Horta, indicou que o seu sucessor foi escolhido de entre as 26 candidaturas que se apresentaram ao concurso internacional para o cargo.

“É um programador que tem feito um caminho notável, nos últimos anos, à frente do espaço Rua das Gaivotas 6 e tornou-se uma pessoa incontornável”, considerou o também coreógrafo.

Nascido, em 1987, em Santarém, Pedro Barreiro é licenciado em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema e mestre em Artes Cénicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (Brasil).

Actor, criador cénico, encenador, dramaturgista, produtor e programador, Pedro Barreiro foi professor de Criação em Teatro Performativo na SP Escola de Teatro, em São Paulo, no Brasil, além de diretor artístico do Teatro Sá da Bandeira, em Santarém.

Atualmente, colabora com o Teatro Praga, em Lisboa, como gestor e programador do polo Rua das Gaivotas 6.

Segundo Rui Horta, o processo de escolha do novo diretor artístico foi “longo e mesmo muito meticuloso” e incluiu a realização de “entrevistas longas” aos candidatos por parte do júri internacional.

“Com muitos candidatos, a maioria do norte da Europa e de Espanha também, tínhamos que ter uma grande transparência e não podia haver suspeição sobre se eu teria já um candidato previamente escolhido”, sublinhou.

O ainda director artístico realçou que Pedro Barreiro “passou o crivo do júri, que foi duríssimo”, salientando que o seu projeto “já era muito forte e, depois, durante as entrevistas, tornou-se claro” o seu valor.

Ainda assim, notou, “há áreas em que o Pedro vai ter que crescer muito. Na área internacional, por exemplo”.

Elogiando as características pessoais e o conhecimento e criatividade do futuro responsável pelo Espaço do Tempo, Rui Horta realçou que é com ele que, em Portugal, tem tido “debates mais aprofundados, acesos e prazerosos” sobre o setor.

“É um homem que ausculta muito e tem aquela qualidade que acho que um líder tem que ter, que é liderar pelo entusiasmo e, depois, ter também uma grande escuta ativa com os artistas, as equipas e as entidades públicas”, destacou.

Reconhecendo que “é natural” existir preocupação em relação às mudanças na direção da estrutura artística, o também coreógrafo vincou que a transição vai ser “mais fácil do que parece”.

“Ou seja, a pessoa tem é que ser boa para apanhar um comboio em andamento e imprimir a sua marca”, frisou.

De acordo com Rui Horta, o futuro diretor artístico do Espaço do Tempo vai iniciar funções em 01 de outubro deste ano.

“Até lá, vou estar a falar com o Pedro, praticamente, todas as semanas”, assinalou, indicando que a estrutura artística vai apresentar para o quadriénio 2023-2026 da Direção-Geral das Artes (DGArtes) uma “candidatura cruzada” entre os dois.

O responsável disse que pretende ficar no Espaço do Tempo, provavelmente, até janeiro de 2023 para acompanhar o futuro diretor artístico e ajudar na preparação da Plataforma Portuguesa de Artes Performativas, prevista para junho do próximo ano.

“Estarei nos mínimos, porque quero desaparecer do Espaço do Tempo” e o futuro responsável “tem que ter e terá toda a liberdade para implementar o seu sonho”, sublinhou Rui Horta, de 64 anos, que fundou O Espaço do Tempo há mais de duas décadas.

O Espaço do Tempo tem agora o seu centro artístico e cultural a funcionar numa antiga oficina da cidade, a Oficina Magina, devido a obras de reabilitação na sua “casa” de sempre, o Convento da Saudação, em Montemor-o-Novo.

Criado em 2000, O Espaço do Tempo é um centro multidisciplinar de residência e experimentação artística que serve de apoio a criadores nacionais e internacionais.

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