Um grupo de cidadãos do concelho de Almeirim lançou uma petição pública exigindo o encerramento do aterro sanitário da Raposa, gerido pela empresa intermunicipal Ecolezíria, alegando riscos ambientais e falta de fiscalização.

Segundo a petição, a iniciativa surge na sequência de um incêndio ocorrido em 23 de Abril dentro do recinto do aterro, junto à Estrada Nacional 114, que se soma “a anos de queixas da população sobre maus odores intensos, degradação da qualidade de vida e ausência de respostas concretas por parte da empresa gestora”.

Em declarações à Lusa, um dos porta-vozes do movimento, Filipe Casimiro, afirmou que “não há respostas, não há datas, nem planeamento estratégico” sobre o futuro do aterro, acrescentando que a população se sente “desconsiderada e sem acesso a informação clara sobre o funcionamento do aterro”.

“Não sabemos se existe uma licença válida nem se estão a operar de forma correta”, afirmou.

A petição, que já ultrapassou os 600 subscritores, exige a suspensão imediata do depósito de resíduos até à realização de uma inspeção independente por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), do Ministério do Ambiente e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Os signatários pedem ainda um prazo concreto para o encerramento definitivo do aterro e maior transparência por parte da Câmara Municipal de Almeirim e da Ecolezíria.

Segundo o porta-voz, os impactos sentidos pela população incluem “maus cheiros, partículas no ar, presença de aves e mosquitos” e degradação da paisagem.

O incêndio de Abril, que terá mantido focos ativos durante semanas, é apontado como exemplo da “falência do modelo de operação atual”.

O grupo já entregou uma carta aberta à Junta de Freguesia da Raposa e uma exposição pública na Assembleia Municipal, solicitando uma reunião com todos os intervenientes — Junta, Câmara, Ecolezíria e entidades competentes — para esclarecimento público.

“Queremos respostas fundamentadas, com provas e números, para não sermos enganados”, sublinhou o porta-voz, acrescentando que “não existem atas dos últimos anos, não há registos escritos das reuniões, tudo é transmitido de forma vaga” e que foi enviado um pedido formal à Ecolezíria para acesso às atas e documentos técnicos, com base na legislação em vigor.

A recolha de assinaturas decorre também em formato papel, para permitir a participação de pessoas com menos acesso à internet, sobretudo idosos.

A iniciativa decorre a poucas semanas das eleições autárquicas, mas os promotores garantem que o movimento “não tem qualquer ligação partidária” e pretende garantir que o assunto “fica em ata” para ser tratado independentemente do executivo que venha a assumir funções.

A Lusa contactou a Ecolezíria, que solicitou o envio das questões por e-mail, não tendo recebido qualquer resposta até ao momento.

Leia também...

Homem morre soterrado em obra de saneamento em Tomar

Um homem com cerca de 55 anos morreu hoje soterrado numa obra que decorre no lugar de Estrada, freguesia de S. Pedro, em Tomar,…

Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo lança novo site de Turismo

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) apresentou o novo ‘site’ de Turismo “Tanto para descobrir!”, convidando a conhecer a região durante o verão. Em…

Ministra da Cultura visita Biblioteca Municipal de Santarém

Após a inauguração das obras de requalificação da Igreja de São João do Alporão, no dia 22 de Novembro, Dalila Rodrigues, Ministra da Cultura,…

29 Freguesias do distrito com banda larga móvel a 100 Mbps

A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) regulador nacional no sector das comunicações, determinou à MEO e à Vodafone a imposição de obrigações adicionais de…