Uma petição que já reuniu mais de 600 assinaturas exige o encerramento do aterro de Azambuja, alegando a existência de maus cheiros e concentração de bandos de aves que se alimentam dos detritos.

Em causa está um aterro situado no Centro de Tratamento de Resíduos Não Perigosos de Azambuja, uma infraestrutura gerida pela empresa Triaza, pertencente à SUMA, um consórcio liderado pela Mota Engil.

Esta infraestrutura foi inaugurada em 2017 e representou um investimento de 1,8 milhões de euros, tendo desde o início a sua construção sido contestada pelos moradores e por partidos da oposição.

Mais de dois anos depois, surge uma petição ‘online’, que já conta com 646 assinaturas, a exigir que o aterro seja encerrado, “salvaguardando dessa forma a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar” da população.

O documento é dirigido ao presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa (PS).

Contactado pela Lusa, o autarca de Azambuja reconheceu a existência de um problema ligado a maus cheiros e à concentração de aves junto ao local onde fica situado o aterro.

“Recentemente, têm sido avistadas muitas aves a sobrevoar a área do aterro e tem sido sentido na vila, em certos períodos, um odor desagradável, que se suspeita possa ter origem nos resíduos depositados no aterro”, referiu Luís de Sousa.

O autarca assegurou que o município tem vindo a “acompanhar de perto” as queixas dos moradores, mas ressalvou que a fiscalização da actividade do aterro é da responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“Tivemos na quarta-feira uma reunião com a CCDR e eles ficaram receptivos a fazer uma nova inspecção ao aterro, que deverá acontecer durante a próxima semana. Na última fiscalização que fizeram não encontram nada de anormal”, apontou.

Contudo, Luís de Sousa disse estar “preocupado” e “solidário” com os moradores de Azambuja, tendo por isso assinado também a petição pelo encerramento do aterro.

Por seu turno, o vereador do PSD Rui Corça, um dos principais opositores à existência do aterro, voltou a defender o seu encerramento.

“Desde o princípio que achamos que não deveria ser feito tão próximo da vila e a 300 metros de habitações. Temos aqui um verdadeiro problema porque há perigo para a saúde”, afirmou.

Nesse sentido, o autarca social democrata lamentou o “jogo do empurra” entre as várias entidades e instou a Câmara Municipal a “denunciar as ilegalidades” praticadas no aterro.

A Lusa tentou contactar a empresa que gere este Centro de Tratamento de Resíduos Não Perigosos, mas sem sucesso.

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