O “Pinheiro das Areias”, árvore com cerca de 300 anos classificada como de interesse público, ‘ex-líbris’ da freguesia do Vale de Santarém sofreu um duro golpe no passado dia 13 de Agosto, tendo rachado ao meio como a foto documenta.

Esta árvore era um dos ‘cartões de visita’ do Vale de Santarém e o pinheiro manso de maior perímetro de tronco (mais de oito metros) conhecido em Portugal, segundo Manuel Sá, natural da freguesia.

“Foi pelos meus pais, pelas suas referências ao pinheiro enorme, que se avistava do cabeço do Casal do Cantadeiro, onde morávamos, que comecei a admirar esta notável árvore. Mesmo vivendo longe, ele esteve sempre na minha vida e, regressando à terra, muitas vezes o visitei, recordando histórias vividas sob a sua copa e por ele acima. Com outras pessoas, envolvi-me no movimento Salvemos o Pinheiro das Areias, já depois de a Assembleia de Freguesia ter aprovado por unanimidade uma moção, que não viria a ter qualquer consequência, por parte de quem deveria ter tido intervenção no sentido que se propunha.

Não posso deixar de pensar que hoje, pelo menos para os valsantarenos, será um dia triste”, refere Manuel Sá nas redes sociais lamentando mais este infortúnio.

Depois de em 2016 ter sido atingida por um vendaval que lhe arrancou uma grande pernada, teve agora novo e grave acidente, que deitou por terra a enorme pernada que mantinha, a qual, de tão grande envergadura e peso, fazia adivinhar este desfecho.

Em Agosto de 2018 foi ainda ameaçada por um incêndio que destruiu várias habitações precárias de um acampamento situado no Vale de Santarém que se encontrava desabitado,

O acampamento situava-se próximo do “pinheiro das areias” e na altura, Manuel Custódio, então presidente da Junta de Freguesia do Vale de Santarém, afirmava que com a desactivação do acampamento, a junta iria assinar um protocolo com o proprietário para criar uma zona de protecção do “pinheiro das areias”, estando prevista uma intervenção para sustentação das barreiras que suportam as raízes da árvore e outra para melhoria dos acessos.

“Queremos criar condições para as pessoas poderem visitar” o espaço, afirmou em 2018, adiantando que o proprietário se mostrou interessado em reabilitar a área florestal, que se encontrava cheia de lixo e detritos.

Nas redes sociais Manuel Sá autor de ‘Pátria dos Rouxinóis” um dos seus livros editados sobre o Vale de Santarém, deixa agora o desabafo: “Haja o que houver, é certo que está agora mais a caminho do fim, aquela que foi uma árvore de muitas gerações, para os valsantarenos, de crianças a adultos e velhos. Faz parte da nossa memória colectiva, da nossa paisagem, e ao pinheiro ligam-nos sentimentos positivos; sob a sua copa houve brincadeiras de crianças, períodos de sesta e de lazer, festas, jogos de futebol, espetáculos de saltimbancos e outros, namoricos, fotos de casamento, baptizados.

A sua imponência gerava admiração e orgulho, da nossa parte, e era visitado por gente de fora.

De tal modo foi importante para o Vale de Santarém que viria a ser árvore-símbolo para figurar no brasão da vila”, conclui.

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