O Tribunal de Santarém condenou, a 19 anos de prisão, uma professora acusada de ter matado o marido, também professor, no verão de 2018, em Abrantes.
Na leitura do acórdão, que decorreu na manha de sexta-feira, dia 16, o colectivo de juízes deu como provado o crime de homicídio qualificado, mas não conseguiu apurar o motivo do crime.
Recorde-se que nas alegações finais do julgamento iniciado no passado dia 10 de Maio no Tribunal de Santarém, o procurador do Ministério Público (MP) dirigiu-se à arguida frisando que esta “matou um ser humano de forma sádica, cruel e particularmente dolorosa”, após ter-lhe dado medicação “às escondidas”, e sem que tivesse “nenhum motivo”, pois considerou não ter ficado provado que tenha sido vítima de maus tratos, físicos ou psicológicos.
O advogado de defesa da professora alegou, por seu turno, não haver “nenhuma dúvida” de que o crime ocorreu por “instinto animalesco” e em “legítima defesa”, num quadro de anos de violência doméstica, como refere o relatório médico e o depoimento da perita prestado durante o julgamento, pelo que, afirmou, “a existir, estaríamos perante homicídio privilegiado”.