Dezenas de profissionais da administração pública e utentes estão desde as 11:00 à entrada do Hospital de Vila Franca de Xira para exigir o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a valorização dos trabalhadores.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da Frente Comum disse que a concentração visa assinalar o Dia Mundial da Saúde, que hoje se comemora, em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pela valorização dos seus profissionais, independentemente da carreira ou profissão.

“Frente Comum em luta pelo SNS, Investir, reforçar, valorizar trabalhadores”, “A Saúde é um direito. Cumpra-se a Constituição” ou “Em defesa do Serviço Nacional de Saúde. Exigimos médicos em todos os centros de saúde” são algumas das mensagens colocadas nas faixas empunhadas pelos trabalhadores e utentes.

“Temos hoje nove iniciativas do Porto a Faro. Esta é uma delas Decidimos vir para cá [Hospital de Vila Franca de Xira] porque este é um dos hospitais que está na calha para ser transformado em Parceria Público Privada [PPP] outra vez, sendo que nós entendemos que é um local importante para falar do SNS. Estamos a falar de um hospital público que serve uma população muito grande e que tem condições que podiam ser melhores até para quem cá trabalha”, contou Sebastião Santana.

O Hospital de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, foi inaugurado em março de 2013 e serve cerca de 250 mil habitantes dos concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira.

Segundo o coordenador da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, é o retrato do que passa em todo o SNS.

“Cerca de metade do orçamento do SNS é entregue a privados direta ou indiretamente. Uma grande fatia deste valor na área dos meios complementares e de diagnostico e metade do orçamento não é coisa pouca. Entendemos que deve haver uma internalização desses valores e desses meios que foram paulatinamente sendo retirados do SNS com prejuízo grande para os seus utentes”, disse.

De acordo com Sebastião Santana, os problemas do SNS não são apenas dos trabalhadores da saúde, são de toda a população.

“Sendo hoje Dia Mundial de Saúde, entendemos que desligar isto da necessidade de reforço e defesa do SNS não faz sentido e é por isso que estamos na rua a distribuir um documento às populações e aos profissionais, para alertar para a necessidade de valorizar o SNS e isso não se faz sem valorizar quem cá trabalha”, afirmou.

No entendimento de Sebastião Santana, é importante resolver a questão do investimento, sublinhando que Portugal está muito abaixo das recomendações da OCDE em termos de investimento em saúde.

“Há uma obsolescência de vários equipamento por falta de investimento e isso depois serve de fundamento a quem quer externalizar serviços. O que está em causa não é se as coisas correm melhor no privado ou no público, é que gestão é que se faz dos recursos públicos que são de toda a população”, disse.

Para o dirigente sindical, “essa gestão tem sido muito mal feita não apenas por este governo, mas por todos os governos até agora”.

“Eu lembro que o Governo ainda em funções usou o orçamento do Governo anterior para continuar a mesmas politicas”, disse.

Sebastião Santana lembrou que o SNS é uma conquista de Abril, uma das mais importantes.

“Muitas pessoas nasceram, viveram e morreram [antes do 25 de Abril] sem se cruzarem com um médico e isso hoje já não se coloca. Não regressemos a esses tempos e quem garante isso de forma absoluta universal, geral e gratuita é o Serviço Nacional de Saúde”, concluiu.

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