O Movimento Marcha Lenta do IC2 sublinhou a “grande adesão” ao protesto que gerou uma fila de 16 quilómetros de carros entre a Benedita e Aveiras de Cima, exigindo a reparação da via que atravessa três distritos.

O protesto que arrancou da Benedita, pouco depois das 10h00, “gerou 16 quilómetros de fila em que a grande maioria eram carros a participar na marcha lenta, o que demonstra o quanto as pessoas estão desagradadas com o estado do IC [Itinerário Complementar] 2”, afirmou o porta-voz do movimento, José Belo, no final da marcha entre aquela vila e Aveiras de Cima.

Durante o percurso foi depositada uma coroa de flores no viaduto das Bocas, ao quilómetro 74, em Rio Maior, considerado um dos pontos negros da estrada por ali se terem registado vários acidentes mortais.

Os manifestantes exigem a reparação da via que atravessa os concelhos de Alcobaça, Rio Maior e Azambuja, e onde anualmente se regista um elevado número de acidentes e o estado de degradação do piso causa danos nos veículos.

A requalificação do IC2 está anunciada desde Outubro de 2015, mas o lançamento do concurso tem sido sucessivamente adiado.

Já hoje foi publicada em Diário da República uma portaria que autoriza a Infraestruturas de Portugal (IP) a proceder à repartição de encargos para a beneficiação do troço entre Asseiceira (Rio Maior) e Freires (Alcobaça), mas a medida não convence o movimento.

“No ano passado disseram que iam adjudicar a obra até ao final de 2019, mas foi só de boca, e este ano publicam a portaria para os protestos desmobilizarem”, afirmou José Belo, acrescentando que tal não vai acontecer até que as obras sejam de facto iniciadas.

“Isto é uma bola de neve que vai crescendo, com cada vez mais pessoas desagradadas com esta situação” que o movimento admite vir a gerar novas acções de protesto que vão hoje ser discutidas entre os participantes na marcha, que culminou com um almoço de porco no espeto, oferecido por empresários da região.

Os manifestantes vão manter-se ainda durante algumas horas no parque de estacionamento de um restaurante no IC2 num protesto pacífico.

A IP deliberou em Outubro de 2015 proceder ao lançamento do procedimento pré-contratual necessário à contratação da empreitada denominada “IC2/EN1 – Beneficiação entre Asseiceira (KM 65+200) e Freires (KM 85+500)”, pelo valor de 7,5 milhões de euros, que, na altura, faseou pelos anos de 2016 (1,15 milhões de euros) e 2017 (6,35 milhões de euros).

O lançamento do concurso voltou a estar previsto até ao final de 2018, com previsão do início da empreitada no segundo semestre de 2019.

Em Julho último, nas vésperas de um protesto semelhantes ao de hoje, a IP afirmou estar previsto o lançamento do concurso público da empreitada de beneficiação do troço entre Asseiceira (Rio Maior) e Freires (Benedita) ainda durante o ano de 2019.

No passado dia 19 de Fevereiro, a IP anunciou para este mês o lançamento do concurso público para a empreitada de requalificação do IC2/EN1 entre o nó da Asseiceira (Rio Maior) e a zona urbana de Freires (Alcobaça), no valor de 7,5 milhões de euros e um prazo de execução de 450 dias.

Em comunicado, a empresa informou que a intervenção vai abranger um troço com uma extensão total de 20,3 quilómetros, entre o quilómetro 65,2, e o quilómetro 85,5, que atravessa os concelhos de Rio Maior e Alcobaça, nos distritos de Santarém e Leiria, respectivamente.

A empresa tem afirmado que, enquanto a empreitada não avança, tem vindo “a promover a realização de trabalhos pontuais de conservação do pavimento no âmbito do Contrato de Conservação Corrente, de forma a mitigar os problemas de sinistralidade que ali se têm registado”.

As obras são reivindicadas pelas autarquias dos concelhos atravessados, tendo os presidentes das câmaras de Alcobaça e Rio Maior, ambos do PSD, participado no protesto.

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