Foto de arquivo

A ProToiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia alertou para os impactos que a pandemia de covid-19 está a causar no sector, com o cancelamento de cerca de 70 espectáculos, num prejuízo de quase cinco milhões de euros.

“A maior parte dos espectáculos tauromáquicos não é recuperável. Estamos a falar de cerca de 70 espectáculos cancelados até agora e de cerca de cinco milhões de euros de prejuízo só de receita, sem tirar todos os custos directos e indirectos do sector”, disse à agência Lusa o secretário-geral da ProToiro, Hélder Milheiro.

De acordo com o dirigente, por inevitabilidade da pandemia da covid-19, o sector está a sofrer um impacto interno económico e financeiro “muito drástico” de há dois meses para cá, porque “há pessoas em situações muito críticas”, pelo facto de a actividade estar parada.

“A sazonalidade da tauromaquia – entre Março e Outubro – faz com que, se estes artistas não têm receitas nestes meses, ficarão completamente sem receitas até ao ano que vem. Não trabalhando nestes meses, é uma perda irrecuperável”, observou.

Apontando para inexistência de apoios para o sector, Hélder Milheiro disse que as ajudas definidas pelo Estado não se aplicam à tauromaquia.

“Até agora não houve nenhum apoio e é esta a realidade”, realçou, acrescentando que deve haver um “apoio de emergência à receita perdida e à emergência económica do sector e dos artistas”, bem como medidas fiscais que “possam compensar de alguma maneira a actividade”.

Para o secretário-geral da ProToiro, o regresso dos espectáculos tauromáquicos é urgente e imediato, esperando que a actividade se reinicie em 15 de Junho.

“[Contamos] que em 15 de Junho, no máximo, esteja já de regresso à actividade, mas nós vamos estar muito vigilantes às medidas, e vamos começar a agir de forma muito mais drástica do que até agora, porque não vamos tolerar o censuro [do Governo]”, afirmou.

Segundo Hélder Milheiro, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, mentiu ao parlamento quando disse que as actividades tauromáquicas teriam início em 1 de Junho.

“Disse que não havia nenhuma diferença na reabertura do sector da cultura, incluindo a tauromaquia. Mas, ao contrário do que disse, mentiu aos deputados, mentiu ao parlamento e, quando saiu a resolução do Conselho de Ministros nesta sexta-feira, veio com toda a área da cultura aberta, com excepção da tauromaquia”, acusou.

Considerando uma atitude discriminatória, o dirigente disse ainda que o Ministério da Cultura e a Direção-Geral da Saúde (DGS) não responde à Federação Portuguesa de Tauromaquia, por forma a preparar o regresso da actividade.

Na manhã de segunda-feira, 1 de Junho, os toureiros António Telles, Luís Rouxinol, Rui Fernandes e José Luís Gomes algemaram-se ao portão do Campo Pequeno, em Lisboa, exigindo a retoma das actividades.

Pelas 18h00, foi marcada uma concentração de “alguns artistas” do sector junto daquele espaço, onde protestaram pelo facto de “terem sido reabertas todas as actividades e espectáculos culturais com a excepção da tauromaquia”.

Leia também...

Hospital de Santarém – Uma homenagem sentida aos ‘homens e mulheres’ da Linha da Frente

Especial 130 anos do Jornal Correio do Ribatejo O mundo mudou há…

Empresário de Santarém é o mandatário nacional da candidatura de André Ventura às presidenciais

Rui Paulo Sousa, o empresário de Santarém de 53 anos, vai ser…

Vítima mortal de violento acidente na A1 é empresário hoteleiro da zona de Lisboa

João André Pereira, com 35 anos de idade, fundador do grupo “Caseiro”…

Quatro praias fluviais do distrito de Santarém com Bandeira Azul

As praias do Carvoeiro (Mação), Agroal (Ourém), Aldeia do Mato e Fontes…