Foto de Arquivo
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A PSP de Leiria, através da Esquadra de Investigação Criminal, apreendeu 10 quilos de haxixe e deteve 17 pessoas, no âmbito da operação “Rotas cruzadas”. Para além do distrito de Leira, a PSP fez buscas nos concelhos de Ourém, Entroncamento e Rio Maior.

Durante a madrugada de quarta-feira, a PSP de Leiria desencadeou a operação “Rotas cruzadas”, em coordenação com o Ministério Público de Leiria, que resultou de uma investigação de dois anos a um conjunto de pessoas suspeitas de tráfico de estupefacientes.

Na operação foram detidas 17 pessoas – cinco mulheres e 12 homens, com idades compreendidas entre os 20 e os 44 anos, pela prática de vários crimes, em especial o de tráfico de droga.

Foram apreendidos 10.689 gramas de haxixe, 6.559 gramas de liamba, 876 gramas de MDMA (em cristais), 92 gramas de cocaína e 34 plantas de canábis.

“Foi uma boa apreensão. Estamos convictos de que conseguimos pôr termo a um grupo organizado e dar uma machadada no tráfico de droga na região. Tinham lucros altíssimos. Sobretudo com a recente pandemia que assolou o país e o mundo, tudo isto sofreu uma inflação gigantesca”, afirmou o comandante da esquadra de investigação criminal de Leiria, André Antunes.

Segundo este responsável, a dificuldade em fazer entrar o produto estupefaciente no mercado levou a “um aumento exponencial do preço do grama de cada uma destas substâncias”.

André Antunes explicou que o “processo está sob investigação há cerca de dois anos e visava um grupo que se conseguiu, pouco a pouco, ir desmantelando e perceber como estava organizado”.

“O grupo dedicava-se essencialmente ao tráfico de canábis, em forma de liamba e haxixe”.

Sem outra atividade, os suspeitos “não tinham qualquer outro tipo de rendimentos”, fazendo do tráfico de estupefacientes o “seu modo de vida”.

André Antunes revelou que o grupo adquiria grande parte da droga em Espanha, fazendo os carregamentos junto à fronteira e depois fazia a distribuição do produto por várias rotas, “que nem sempre eram iguais, daí o nome da operação”.

“Estavam devidamente organizados, usavam múltiplas cautelas para fazer os carregamentos na zona de fronteira e depois tinham várias casas de recuo, já em território nacional, onde faziam as divisões pelos núcleos de venda mais directa ao consumidor”, referiu o comissário.

A operação consistiu na realização de 24 buscas domiciliárias e 17 buscas não domiciliárias, incluindo a veículos e a um ginásio e um café, nos distritos de Lisboa, Leiria (Pombal, Albergaria dos Doze, Colmeias, Leiria, Marinha Grande, Foz do Arelho, Caldas da Rainha) e Santarém (Ourém, Entroncamento e Rio Maior).

“O cumprimento de 17 mandatos de detenção fora do flagrante acabou por não ser cumprido, porque os visados foram detidos em flagrante. No momento da intercepção, estavam na posse de quantidade proibida [droga] ou de armas proibidas, o que motivou a sua detenção em flagrante delito”, justificou.

O comissário informou ainda que foram apreendidos 15.555 euros em numerário e “todo um manancial de objectos e ferramentas utilizadas na prática deste tipo de crime”, como “balanças de precisão ferramentas usadas para produzir o corte e para fazer as dosagens”, telefones e equipamentos informáticos.

“Apreendemos uma estufa artesanal, cerca de 35 plantas de canábis, armas, munições de armas automáticas de calibre de G3 e nove viaturas, algumas de alta cilindrada”, disse ainda.

Segundo André Antunes, o “grupo estava bastante espalhado com funções e hierarquias bem vincadas” e há “três famílias que organizadamente se complementavam no desenvolvimento da actividade”.

O produto estupefaciente foi apreendido em “todos os alvos”, mas houve “três pólos principais” com maior quantidade de droga.

Nesta operação foram empenhados cerca de 100 polícias do Comando Distrital de Leiria, Comando Metropolitano de Lisboa e Comando Distrital de Santarém, refere a nota de imprensa da PSP de Leiria.

Foi igualmente prestado apoio por militares do Destacamento de Intervenção da GNR de Santarém.

Dez dos detidos serão presentes ao juiz de instrução do Tribunal de Leiria para primeiro interrogatório judicial, sendo os restantes notificados para comparência posterior.

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