A Câmara Municipal de Santarém apresentou na tarde do passado dia 20 de Setembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o Relatório da Monitorização da Qualidade do Ar na Cidade, em 15 locais de monitorização. Inês Barroso, Vice-Presidente e Vereadora com o Pelouro da Proteção Ambiental da Câmara de Santarém, referiu na sessão de abertura, que a qualidade do ar “cumpre todos os parâmetros”, embora exista “margem para melhorar” os níveis de poluição atmosférica, nomeadamente durante o período escolar.
A medição ocorreu em duas campanhas, uma entre 04 e 11 de Junho, em período lectivo, e outra entre 25 de Junho e 02 de Julho, já com as escolas encerradas, revelando que, de uma para a outra, se registou uma redução em 20 por cento dos níveis de óxidos de azoto e em 30 por cento nas emissões de ozono.
Daniel Afonso, da empresa que realizou o estudo, referiu o impacto das medidas públicas na redução da poluição atmosférica, com consequências no aumento da esperança de vida e na diminuição das ausências ao trabalho devido a doenças, nomeadamente respiratórias.
Para Inês Barroso, o resultado do estudo constitui um incentivo às políticas ambientais do município, referindo os projectos desenvolvidos pela Equipa Multidisciplinar de Acção para a Sustentabilidade da Câmara de Santarém (EMAS).
Na sessão, inserida nas comemorações da Semana Europeia da Mobilidade, Patrícia Pereira, da EMAS, apresentou o resultado da participação pública na Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas que este serviço está a desenvolver.
O convite à participação pública, lançado em Julho, teve, até ao momento, a resposta de 159 munícipes, 82 por cento dos quais deram o seu contributo nas juntas de freguesia e 16 por cento online, onde o inquérito continua disponível, disse.
Entre as preocupações manifestadas pelos escalabitanos contam-se as que se referem à disponibilidade de água para consumo, às alterações nos ecossistemas, à existência de água para a agricultura, à diminuição da área florestal e às doenças respiratórias.
A maior parte dos participantes pede um incremento das acções de informação, formação e sensibilização, da limpeza e conservação dos rios, da reflorestação, da aposta nas energias renováveis/eficiência energética e de reutilização da água.
Nesse sentido, apelam à afectação de uma maior fatia dos orçamentos à protecção ambiental e sugerem medidas como a criação de uma zona verde e espaço de lazer no ‘Campo da Feira’, de um passadiço junto ao rio Tejo, de uma praia fluvial na aldeia das Caneiras e a reabilitação da antiga mata contígua aos Paços do Concelho.
Inês Barroso afirmou que as respostas revelam uma aproximação à abordagem que o executivo tem procurado imprimir nesta área, num trabalho reconhecido pela organização sem fins lucrativos CDP – Carbon Disclosure Project.
Na sessão, foi mostrado o certificado da CDP de “reconhecimento do trabalho do município por aumentar a transparência, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e construir cidades sustentáveis para o futuro”.
Desde 2015 que o município escalabitano reporta os dados climáticos e ambientais por meio da plataforma online do CDP, “fazendo parte de um grupo restrito de entidades em todo o mundo que está a desenvolver acções para enfrentar os efeitos das alterações climáticas”, salientou.
A Semana Europeia da Mobilidade está a ser assinalada em Santarém com uma exposição de trabalhos de alunos das escolas do concelho, no âmbito de uma iniciativa desenvolvida nos 11 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo que convidou à adopção de medidas com impacto na redução do consumo energético nos estabelecimentos de ensino.
No sábado, Dia Europeu Sem Carros, o Largo do Município será encerrado ao trânsito automóvel e haverá um “passeio de pasteleiras e bicicletas antigas”, num “gesto simbólico” de sensibilização à redução do uso do automóvel, disse Inês Barroso.
(notícia desenvolvida na edição impressa de 28 de Setembro)