Matilde Tavares, aluna finalista do curso de Terapia Ocupacional, natural de Torres Novas, conta a difícil tarefa de “conseguir um estágio” num lar de idosos em tempo de pandemia, um tempo de “superações e aprendizagens”.

“Foi muito complicado porque os nossos estágios começaram em Novembro, altura em que a pandemia tinha um grande pico em Portugal, os hospitais não nos recebiam, os centros de saúde também não tinham como e os lares de idosos estavam com imensos surtos”, começa por contar a finalista de Terapia Ocupacional.

Matilde Tavares relata que, “com muito esforço”, foi possível fazer estágio, em lares de idosos, numa grande incerteza de “não saber o que poderia acontecer no dia a seguir”.
“Tive muito colegas que ficaram infectados no local de estágio, eu tive sorte, apesar de num dos meus estágios ter havido um grande surto; foi um susto, saber que poderia levar o vírus para a minha família, com quem tinha estado ou para os meus colegas de casa em Leiria, e o facto de saber que os meus idosos não estavam bem, acabei por ir lá ajudar na instituição”, recorda.

A jovem, natural de Torres Novas, referiu as limitações existentes nos estágios que fez nos lares, “por todas as adaptações necessárias” e a transformação que a Covid pode trazer, seja “mudanças nas pessoas seja no ambiente de medo ou desespero”.
Apesar do tempo de pandemia, a estudante do Instituto Politécnico de Leiria destaca as “superações e aprendizagens” ao longo deste último ano do curso, onde até “o convívio é feito online, nos quadradinhos”.

“A falta do contacto” e, sendo estudante de saúde, a “falta da parte prática” são pontos que marcaram a entrevistada que encontrou na pastoral universitária – uma organização com a missão de fomentar, dinamizar e coordenar a presença da Igreja no mundo académico – uma força em tempo difícil.

“Foi uma força enorme, além de pastoral somos uma família, somos jovens que andamos no Politécnico mas que, se não fosse a fé não nos iriamos conhecer, muito menos ser amigos, isto foi uma grande porta que se abriu na minha vida, e que me apoiou quando os medos e as angústias aconteceram, foi o que ajudou todos a mantermo-nos vivos”, aponta.

Sónia Neves – Agência Ecclesia

Leia também...

Município de Azambuja rejeita transferência de novas competências da Administração Central

O Executivo Municipal de Azambuja reuniu no dia de 17 de Janeiro, em sessão extraordinária, para deliberar sobre o conjunto de competências que a…

Prémio Maria Lamas distingue estudos sobre a mulher, género e igualdade

O município de Torres Novas está a receber, até 31 de dezembro, candidaturas à edição de 2024 do Prémio Maria Lamas para estudos sobre a…

Bombeiros exigem valorização da carreira

Centenas de bombeiros sapadores de várias regiões do país estão concentrados em Lisboa para exigir a valorização da carreira, que dizem não ser revista…

Ex-funcionários de empresa acusada de corrupção em caso com Moita Flores dizem que projecto era viável

Ex-funcionários da construtora de um parque de estacionamento em Santarém disseram hoje em tribunal, durante o julgamento do caso em que o ex-presidente da…