O livro “Santa Iria /Ribeira de Santarém /Meu Amor Primeiro”, da autoria de Ofélia Maia, foi apresentado, ao final da tarde, no Convento de São Francisco, em Santarém.

Coube a Catarina Maia, filha da autora, a apresentação da obra realizada, propositadamente, no dia de Santa Iria, o “denominador comum, figura unificadora da Ribeira de Santarém”.

“Quando falamos da Ribeira falamos de amor”, salientou. “É a mística que prende as pessoas a determinado sítio. É esta mística que nós temos de passar às gerações futuras”, frisou.

Ao princípio renitente em tornar públicas as memórias que Ofélia tinha guardado como memórias de família e de um lugar, depressa se concluiu que “estas histórias não podiam ficar numa gaveta, nem reféns de uma família”.

Histórias como o ir iluminar Santa Iria, ou estar atento às águas do Tejo que não podiam beijar os pés da Santa.

“Vivemos mergulhados nesta mística. A Ribeira tem vindo a perde-la”, admite.

Dirigindo-se a muitos ribeiristas presentes na sessão, Catarina Maia deixa o repto: “Cabe a cada um de nós alimentar esta mística que se foi perdendo”.

Para a autora, a “imortalização” destas histórias é fundamental para continuarmos “a alimentar a mística que falta na Ribeira de Santarém”.

A autora da obra, Ofélia Maia, na sua intervenção, sublinhou a lenda de Santa Iria como a “mais conhecida de Santarém”. Memória que há que rentabilizar e aprofundar a investigação sobre o seu surgimento.

Desafiou a diocese a reatar a procissão que remonta ao século XVI e que envolve Santa Iria e referiu que o seu livro “destaca cultos da Ribeira” que agora, em livro, “não serão esquecidos”.

Em entrevista ao Correio do Ribatejo, Ofélia Maia refere que “Santa Iria /Ribeira de Santarém /Meu Amor Primeiro” foi concebida com a intenção de deixar escrito “os valores de uma zona ribeirinha que não podemos deixar de referenciar tal foi o seu desenvolvimento nos anos 50 do século XX”.

Segundo a autora, “o título do livro surge de uma leitura em que Virgílio Arruda, [filho do fundador do Jornal ‘Correio do Ribatejo’, então da Estremadura], refere o que eu senti naturalmente, talvez pela mesma paixão de ser ribeirista e Santa Iria estar sempre presente nos nossos corações”, conclui.

Usaram ainda da palavra na sessão, Martinho Vicente Rodrigues, director do Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão, que salientou a importância da obra para a Ribeira e para Santarém e o vereador da Câmara Municipal, Diogo Gomes, também ele ribeirista, que salientou igualmente a importância deste livro de memórias, referindo, a concluir, alguns dos projectos que a autarquia tem em mente para aquela zona ribeirinha da cidade de Santarém, pedindo a intercepção de Santa Iria para que se concretizem muito em breve.

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