O lar na Póvoa de Santarém onde foi detectado um surto de covid-19 registou quatro óbitos, até quarta-feira, 9 de Setembro, contabilizando agora 51 casos positivos, dos quais 37 são de utentes e 14 de funcionários.

Em declarações à agência Lusa, José Guilherme explicou que o número total de mortos na Casa de Repouso Fonte Serrã “já vem de anteontem”, havendo mais duas mortes em relação ao fim-de-semana.

Em 5 de Setembro, durante a noite, morreram dois dos idosos que estavam internados no Hospital Distrital de Santarém (HDS), disseram fontes hospitalares e da Proteção Civil.

A presidente do Conselho de Administração do HDS, Ana Infante, disse à Lusa que os dois idosos tinham “prognóstico reservado e comorbilidades associadas”.

José Guilherme não especificou onde se registaram os dois novos óbitos.

De acordo com o também comandante dos Bombeiros Municipais de Santarém, em Fátima, concelho de Ourém, permanecem alojados 12 pessoas do lar com testes negativos.

Nove utentes continuam hospitalizados na unidade de Abrantes do Centro Hospitalar do Médio Tejo e um já testou negativo; 14 funcionários ainda se encontram infectados, depois de a médica e dois técnicos terem testado negativo; 11 utentes estão no Hospital Distrital de Santarém, sendo que um já não se encontra infectado; e estão 23 utentes assintomáticos no lar, tendo seis testado negativo, após novos testes.

Na semana passada, a Segurança Social colocou mais três funcionários no lar na Póvoa de Santarém, depois de terem sido detectados mais dois casos positivos.

Em 9 de Setembro, o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), referiu que a Segurança Social, em conjunto com a Cruz Vermelha, conseguiu “arranjar 11 funcionários” para trabalharem na Casa de Repouso Fonte Serrã, garantindo as condições mínimas de segurança para os utentes que ainda lá se mantêm.

Questionado sobre as declarações prestadas à SIC pela directora financeira do lar, Amélia Silva, que reportou na altura “problemas com os auxiliares”, descrevendo-os como “ajudantes de lar e de fraca qualidade”, o autarca remeteu o assunto para a Segurança Social.

Num esclarecimento enviado hoje à agência Lusa, o Instituto da Segurança Social, em conjunto com Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, afirmou que “nunca estiveram em causa os cuidados prestados aos utentes” no lar da Póvoa de Santarém.

Os médicos e enfermeiros do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíra do Tejo, é referido, “prontamente se disponibilizaram” para colmatar a falta de recursos.

“Neste caso concreto verificou-se que não foi reforçada a equipa de recursos humanos, através de contratação directa por parte da entidade, o que originou ruptura total ao nível dos recursos humanos disponíveis para fazer face à emergência, facto só resolvido pela intervenção rápida das autoridades, com a activação de recursos humanos, incluindo uma nova direcção técnica, assegurando-se assim a gestão do equipamento e a prestação dos necessários serviços aos utentes”, pode ler-se.

No comunicado, as entidades lembram ainda que é da “responsabilidade da Segurança Social, da Autoridade de Saúde e de Proteção Civil a permanente avaliação das condições de funcionamento dos equipamentos sociais”, tendo-se decidido, após a avaliação das condições de funcionamento, manter a actividade do lar.

Numa reportagem emitida na SIC na noite de quinta-feira, familiares de utentes apontaram “falhas graves” na gestão do lar, estando a ponderar recorrer e fazer uma participação junto da Procuradoria-Geral da República.

Os familiares acusam a Casa de Repouso Fonte Serrã de deixar os utentes “nove dias sem tomar banho”, bem como atrasar-se nas refeições e trocar a medicação dos idosos.

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