Pai de uma família numerosa, católico, membro da Opus Dei, o médico veterinário Pedro Frazão faz da ruralidade e da defesa das famílias bandeiras da sua candidatura pelo Chega à Câmara de Santarém nas autárquicas do próximo dia 26.
“A razão pela qual me candidato é voltar a pôr Santarém no panorama da política nacional em Portugal. É defender o mundo rural, a capital do Ribatejo, a capital do gótico”, disse à Lusa o candidato.
Pai de oito filhos, Pedro Frazão defende a criação de condições para que as famílias se fixem e tenham “os filhos que desejarem”, num concelho que em oito anos “perdeu mais de cinco mil habitantes”, e sublinha que é preciso oferecer oportunidades a quem queira aqui instalar-se.
“O Brasil pode ter um grande desempenho”, disse, salientando que “Santarém é a capital do Brasil na Europa”.
“Temos tipicamente muito turismo brasileiro que vem cá. E por que não tentar fixar pessoas que queiram vir por bem, que queiram trabalhar, que queiram vir contribuir para a nossa sociedade e fazer crescer Santarém?”, questionou.
Não sendo escalabitano, nem residindo no concelho – mora em Cascais, distrito de Lisboa -, Pedro Frazão assegura que tem “uma grande ligação à cidade”, não só pelas raízes paternas no município vizinho de Alcanena, como pelo facto de a mulher, médica dentista, dar consultas em Santarém, ocasiões em que aproveita para conhecer o território e “falar com as pessoas”.
Com um percurso político recente – inscreveu-se como militante do Chega depois da eleição de André Ventura para o parlamento em 2019 -, Pedro Frazão, 46 anos, pautou a sua vida pela máxima “se queres mudar o mundo vai para casa e ama a tua família”, retirada de um discurso de Teresa de Calcutá, até ao dia em que começou a sentir “uma certa necessidade de participar mais activamente na vida política nacional”.
“Houve um certo sentimento de que tenho de fazer qualquer coisa, porque estamos muito mal entregues. Foi isso que em primeiro lugar me motivou a vir para a vida política”, afirmou, referindo que se revê no partido por ser “conservador nos costumes e liberal na economia”.
“Santarém tem de voltar a ser uma cidade de primeira linha em Portugal e, pese embora não tenha nascido nem tenha residência habitual em Santarém, a principal qualidade para um presidente de câmara é a eficácia, a competência e não a residência”, salientou, dando o exemplo de grandes empresas que escolhem “gestores de fora” quando precisam fazer “uma reestruturação a sério e quando têm um problema grave de estagnação, que é o que está a acontecer” com o concelho.
“Santarém precisa de alguém de fora, de alguém com visão nacional, com ímpeto e com garra, e é isso que quero levar a Santarém”, rematou.
Que propostas e projectos fundamentais tem para o futuro do concelho de Santarém?
Assumirei sem pestanejar, e com coragem, o mandato que me for confiado pelos escalabitanos e tenho dez grandes linhas de acção para dignificar Santarém como merece, que todos podem consultar no nosso programa na nossa página, acessível em www.chegasantarem.org/programa/.
Mas se me pedem para destacar os fundamentais, diria: o Promover uma Auditoria Externa aprofundada aos contratos, empreitadas e ajustes directos da Câmara Municipal e das Empresas Municipais, em especial a Viver Santarém; o Programa Educativo do Imaginário Ribatejano; o Museu do Imaginário Ribatejano; Reavaliação da Rede de Transporte Urbano e Interurbano; transformar a abandonada Escola Prática de Cavalaria num Polo Urbano e Desportivo do séc. XXI; Plano de Pormenor e Salvaguarda Efectivo; Santarém Cidade Biofílica, Cidade Jardim para ser uma Capital Verde da Europa; Unidade De Cuidados Paliativos e a Casa dos Animais Escalabitanos.
Esta é a primeira vez que o CHEGA se apresenta a eleições em Santarém. O que distingue a sua candidatura das demais, para que o eleitorado lhe dê a confiança do seu voto?
O DNA do partido CHEGA é aquele que quer vir dar uma pedrada no charco dos interesses instalados, há décadas, deste conluio entre o PS e o PSD que está a estrangular Santarém. Queremos voltar a ser um concelho activo e próspero, em que exista qualidade de vida, onde dê prazer viver e trabalhar por bons salários! O nosso plano para que isso aconteça passa pela reformulação das políticas municipais, apenas na missão servir população e das políticas de gestão focadas nas pessoas.
O partido CHEGA tem o principal desígnio de acabar com este poder de regime PS e PSD, ambos instalados há décadas em Santarém, confluindo em negócios desastrosos para o município como, por exemplo, os milhões gastos com todo o processo da fábrica fantasma da Lactogal. Governações que provocaram a estagnação da prosperidade económica e o empobrecimento cultural dos escalabitanos.
Santarém é a sexta capital de distrito a perder mais população na última década, sendo por isso das que mais regrediram com sua governação do PSD. Santarém, hoje, em vez de desempenhar o seu papel de capital de distrito, capital do mundo rural, capital da agricultura, capital do Ribatejo e capital do gótico, está prestes a tornar-se apenas noutra cidade-dormitório de Lisboa. O CHEGA vem para reverter totalmente esta tendência!
O que mudará em Santarém se ganhar as eleições?
O CHEGA é um partido conservador de feição liberal económica, democrática e pluralista. Por isso, estamos empenhados na defesa da ordem e na promoção do progresso empresarial, orgânico, ordenado e pacífico, no primado das incondicionais liberdades políticas, económicas e cívicas. Isso, será uma grande mudança!
Vamos trazer a transparência para as contas da câmara, que gere o dinheiro que é de todos nós. Vamos colocar a marca Santarém nas feiras industriais para captar investidores, nas feiras turísticas para captar roteiros e comércio.
Vamos mudar o paradigma da Câmara que, mesmo tendo 950 funcionários directos, continua a contratar centenas de serviços externos para tudo e mais alguma coisa.
O que o leva, pessoalmente, a candidatar-se ao executivo da Câmara Municipal de Santarém?
A ideia nasceu com o convite (inesperado) da presidente da Distrital do Partido e depois, com o aval do nosso líder nacional André Ventura que disse ter o maior sentido enviar um dos seus Vice-Presidentes para uma região tão importante como o Ribatejo. Eu quero tornar novamente Santarém na grande capital do Ribatejo e do Mundo Rural, com um forte pendor industrial e de agro-negócio. Pessoalmente, é emocionante para mim voltar para o Ribatejo de onde era o meu avô paterno e onde ainda nasceu o meu pai. É um “voltar às origens” deste Portugal real que tanto defendemos no Partido CHEGA. Tenho todas as condições e a liderança necessárias para estar já a colocar Santarém no centro nacional da vida política, económica e cultural de Portugal!
Nos seus contactos com as populações, que recepção tem encontrado?
Um apoio imenso, principalmente nos mais novos e nos mais velhos! As pessoas reconhecem-me na rua, vêm espontaneamente falar-me, desabafar, contar os “escândalos administrativos” desta câmara que testemunharam! Dizem-me que o CHEGA faz muita falta no Ribatejo e agradecem-me por estar aqui e pela “coragem que tem”, segundo as suas palavras. Na verdade, pensei que ia ter muita resistência, mas a campanha tem-me revelado o contrário, o que me dá imensa força humana.
Também tenho sido muito bem recebido nas audiências institucionais, com associações de moradores, a Diocese e na Santa Casa da Misericórdia, por exemplo.
No outro dia, estava a gravar um vídeo e parou uma carrinha de entregas/estafetas, abriu o vidro, e o condutor começou a declarar o seu apoio incondicional! Foi muito emotivo.
Que eixos estruturantes pretende desenvolver no concelho, de modo a potenciar a satisfação das necessidades da maior parte dos munícipes?
Como já referi anteriormente estão estudados dez grandes eixos de acção estruturantes. Começamos na Gestão Camarária, depois a Educação e Formação, passando pela Cultura que é estruturante de uma região e do seu povo. São fundamentais a Habitação, Urbanismo, Requalificação Urbana E Transportes. Também damos muita importância à Segurança e às forças de socorro, bem como à Saúde e Ambiente. Temos marcadas políticas de Família e de Juventude, nomeadamente o Cheque Municipal Bebé e o Cheque-Creche para Avós que cuidem dos netos. Claro que a Agricultura, Comércio e Indústria – Economia e Emprego, são fundamentais, o Desporto e Associativismo e, finalmente, o Turismo.
E o rio? Para quando um projecto concretizável de valorização do Tejo, das suas margens e da sua navegabilidade?
De facto, Santarém está há décadas de costas viradas para o rio! O rio Tejo é uma riqueza desprezada neste município e nós projectamos o lançamento de um grande projecto de valorização do rio Tejo e toda a zona ribeirinha que inclui: a construção dos Passadiços do Tejo [da Ribeira de Santarém até às Caneiras]; a construção de uma Praia Fluvial para que não existam mais mortes por afogamento no Tejo; e, também, a construção duma Área de Recreio para Pesca Desportiva e de uma Fluvina nas Caneiras.
Que medidas propõe para a política fiscal municipal e qual o modelo que defende para os tarifários de água e serviços de saneamento?
Defendo, obviamente, que a empresa municipal Águas de Santarém, que só servem para ter “jobs for the boys” devam ser absorvidas nas AR – Águas do Ribatejo, EM, S.A. do sector empresarial local, por forma a tornar os processos mais eficientes e as facturas mais baratas para quem está lá em casa! E este modelo aplica-se a todo o paradigma da fiscalidade que vamos implementar, uma política liberal com uma diminuição de impostos para o mínimo possível; pois, aquilo que vivemos hoje em dia é um autêntico e vergonhoso confisco!
Tem vindo a público a falta de condições em Santarém para a instalação de novas empresas e a deslocalização de serviços para outros concelhos. Qual a solução para evitar que outras situações possam ocorrer e que propostas preconiza para o desenvolvimento económico e emprego no concelho?
Chega! Não podemos adiar mais! A nossa solução é a imediata criação de um Grande Parque Industrial e Tecnológico para o séc. XXI para atracção de grande empresas e investimentos industriais, por forma a promover o emprego e a criação de riqueza, que beneficiará todas as freguesias do concelho e, até, todo o Ribatejo!
Que equipamentos entende serem necessários para o desenvolvimento mais equilibrado das freguesias do concelho, quais são os mais urgentes e onde os implantar?
O mais urgente será uma estação ferroviária intermodal, essa que o PS e o PSD andam a prometer há 60 anos, sem exagero! Tenho informação de que seria possível fazê-la perto do CNEMA, mesmo sem a variante da linha férrea. Também, já falei na unidade de cuidados paliativos, mas as creches são de suprema importância. Também os equipamentos desportivos como: um pavilhão multiusos com naves acessórias, uma Pista de atletismo, um Velódromo e Pista de pesca de rio com uma integração na natureza.
Qual é a sua posição acerca da constituição de uma nova NUTS II englobando os territórios das NUTS III Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Oeste?
É de rir que este regime esteja sempre entretido em mudar o ordenamento administrativo e a legislação, para servir à criação de mais cargos, mais poleiros e mais posições para os amigos! A minha posição é que devemos promover a prosperidade e o desenvolvimento económico de forma liberal, em vez de andarem entretidos e desenhar fronteiras imaginárias nos mapas. Poderia ser até uma ideia boa criar uma nova NUTSII, mas com esta governação temo bem que só sirva para trazer mais tachos.
Que boa razão apontaria para pedir o voto à população de Santarém?
A qualidade da nossa equipa e a determinação em fazer a política para o bem, longe dos meros interesses próprios! E, mais, pediria que pensem sempre que CHEGA pertence a uma corrente de pensamento que, assentando no Personalismo e numa defesa intransigente da dignidade do indivíduo que, como ser humano, que tem absoluto o Direito à Vida, a viver em Liberdade e em perseguir a sua Felicidade.
O CHEGA privilegia a harmonia de interesses e regras de cooperação voluntária, numa sociedade portuguesa historicamente construída ao longo de séculos! Defendemos a nossa identidade cultural Ribatejana própria, definida por um determinado conjunto de valores, costumes e tradições milenares!
Quais são as expectativas do Chega para estas eleições?
Pelo que tenho ouvido na rua, todos os dias, e pelas centenas de mensagens que recebo nas redes socias, estou fortemente convencido que temos a possibilidade de ganhar a Câmara! Tenho a expectativa fundamentada de que o partido CHEGA vai fazer história em Santarém, no dia 26 de Setembro! E, por isso, tenho um enorme sentimento de agradecimento e muita vontade em abraçar esta missão!