Isaac Pimenta lançou o seu novo single ‘Recomeçar’, o primeiro tema do EP “Segredos” que sairá no próximo mês de Setembro. O jovem escalabitano, que participou no programa ‘The Voice Portugal’ em 2019, iniciou em 2020 um caminho de auto-descoberta pessoal e musical. Em entrevista ao Correio do Ribatejo, o músico fala dos primeiros passos que deu na música, os novos projectos que tem em mente para o futuro e o grande objectivo que quer conquistar, viver da música.
Como é que apareceu a música na sua vida?
A música sempre esteve presente na minha vida. Desde muito pequeno que ambicionava ser músico, mas só por volta dos 12/13 anos é que comecei a dar os primeiros passos nesta área por causa de um “castigo” imposto pelos meus pais. Na altura tirei uma negativa num teste de Ciências Naturais e os meus pais puseram-me de castigo, sem poder sair de casa. Foi nessa altura que “descobri” uma guitarra clássica em casa, que era do meu irmão mas que ele nunca usara, e comecei a aprender a tocar sozinho através de vídeos do Youtube. Fui evoluindo com a ajuda de amigos e de um tio meu, que também sabe tocar guitarra, e comecei também a cantar e a compor as primeiras canções.
Quando é que decide ser cantor?
Não sei precisar o momento exacto em que isso aconteceu, mas penso que foi mais ou menos na mesma altura em que comecei a tocar guitarra. Por volta de 2010/2011 fiz a minha primeira actuação em público numa festa organizada pela escola básica em que estudava, e lembro-me que gostei muito daquela sensação, daquele sentido de realização misturado com algum nervosismo por estar a apresentar canções compostas por mim a um público. Penso que foi a partir dessa altura que tive a certeza de que queria repetir aquela sensação mais e mais vezes, ao longo da vida.
Lançou recentemente um single. O que é nos pode dizer acerca do mesmo?
É um single diferente do que fiz anteriormente. Tem uma sonoridade mais actual e uma letra mais arrojada. Chama-se “Recomeçar” e é o início de um caminho de auto-descoberta pessoal e musical que tenho vindo a fazer ao longo dos últimos dois anos. Um caminho com altos e baixos, com derrotas e sucessos, mas que fez todo o sentido percorrer pois agora sinto que sei qual a sonoridade que quero ter daqui para a frente. Neste caminho tive também a ajuda de alguns amigos que me foram orientando musicalmente, nomeadamente o Afonso Alves AKA Nort, que colaborou comigo na produção deste single.
O seu último single fala em recomeçar. Porquê?
Eu penso que é importante recomeçar quando sentimos que não estamos a ir pelo caminho certo e este single aborda isso. Depois de uma paragem de quase dois anos sem lançar qualquer single em nome próprio, achei que estava na altura de recomeçar com uma nova sonoridade, com uma nova forma de ver o mundo, e de ver-me a mim próprio.
Em que é que se inspira nas suas músicas?
Inspiro-me em tudo o que me rodeia. Nas minhas histórias, nas histórias das outras pessoas, no mundo de outros tempos, no mundo actual e no mundo futuro. Todas as experiências e vivências que me atingem, directa ou indirectamente, têm uma grande influência no meu processo criativo.
Quais são as suas referências musicais?
Uma das minhas primeiras grandes influências são os Nirvana. Foi a primeira banda que eu explorei e ouvi atentamente, e foi por causa da mensagem de “Do It Yourself” (Faz Tu Mesmo) que a banda passava, que comecei a fazer as minhas próprias músicas. Outras três grandes influências neste momento são: Billie Eilish, Tiago Bettencourt e Diogo Piçarra.
Como foi vivenciar a experiência no The Voice Portugal?
Foi muito bom! Apesar de ter estado pouco tempo no programa, deu para evoluir bastante musicalmente e na forma como me apresento em palco. A partilha de experiências entre os concorrentes e os júris é o que considero ser mais importante, e é certamente o que vou levar para a vida. Para além disso, também fiz boas amizades enquanto lá estive, nomeadamente com a Caroletta que vai participar numa música do meu próximo EP, que sairá em Setembro de 2020.
Apesar da pandemia afectar o sector, já tem concertos agendados?
Não, mas também não é algo que me preocupe muito neste momento. O facto de ter outro trabalho permite-me estar um pouco mais tranquilo em relação a esse assunto.
Quais são os seus objectivos para o futuro no mundo da música?
O meu grande objectivo é poder um dia viver da música. Para além disso tenho outros objectivos que passam por aperfeiçoar cada vez mais a minha arte, reinventando-a caso seja necessário. Eu considero que o mais importante passa por eu ser fiel a mim próprio e à música que faço. Estou certo de que se o fizer alcançarei os meus objectivos, mais cedo ou mais tarde.
Um título para o livro da sua vida?
“Metamorfose”, pois considero que tenho vindo sempre a evoluir ao longo dos anos, apesar de ainda ter muito para aprender.
Música?
Billie Eilish – “everything i wanted”
Viagem?
Nova Iorque.
Quais os seus hobbies preferidos?
Fazer desporto, ver filmes e documentários e assistir a concertos.
Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?
A morte de Kurt Cobain, vocalista dos Nirvana.