Nas ruas e praças expostas ao frio próprio desta Quadra, surgem reinos e mercados em pequenas ‘aldeias encantadas’: barracas de madeira repletas de iguarias, artesanato e luzes que piscam como estrelas curiosas.
Os sorrisos das crianças misturam-se com o som de sinos e músicas natalícias criando uma atmosfera que faz qualquer visitante sentir que entrou num conto de Inverno.
Nesse cenário, o “Reino de Natal” aparece como a figura central de muitas vilas e cidades onde pais natais de barbas brancas e elfos trabalham no atendimento aos visitantes envoltos nesta magia do Natal que se manifesta em cores, sabores e sorrisos.
O Natal também tem um lado menos brilhante: muitas crianças acordam sem um brinquedo para chamar de seu. Enquanto a maioria das famílias celebra com presentes, outras enfrentam dificuldades financeiras ou simplesmente não têm alguém que se lembre delas.
Uma realidade que assenta na desigualdade económica, no desemprego, nos baixos salários que deixam muitas famílias sem recursos para comprar presentes.
Se quiser fazer a diferença, há sempre opções simples e impactantes: doar brinquedos a campanhas locais ou a instituições que distribuem presentes, apoiar projectos de “Natal Solidário” que arrecadam recursos para comprar brinquedos a preços acessíveis; ser voluntário em eventos que proporcionem momentos de brincadeira e atenção às crianças.
Pequenas acções podem transformar o Natal de quem não tem um presente, mostrando que o verdadeiro espírito da época está na empatia e no cuidado uns com os outros.
Com maior ou menor investimento, as autarquias tentam quebrar o gelo e proporcionar momentos de alegria, sobretudo às crianças que sempre encaram esta Quadra com especial encantamento.
E nunca nos poderemos esquecer que o Natal, mais do que uma data no calendário, pode ser visto como um estado interior – uma luz que acende a generosidade, a esperança e a conexão, independentemente das circunstâncias externas. Quando sentimos essa “luz dentro de nós”, percebemos que o espírito natalício pode florescer mesmo em momentos difíceis, como nas histórias das crianças que não recebem brinquedos. A magia não está nos presentes, mas na capacidade de compartilhar atenção, carinho e pequenos gestos que abram caminhos para percorrer o ano todo, como a gratidão, oferecer um sorriso, ajudar alguém numa tarefa, ou doar tempo. Estimular a nossa memória afectiva, revisitar lembranças que já trouxeram conforto e deixar que elas inspirem atitudes presentes.
Como tem sido a sua experiência ao “acender” esse Natal interior? O tal, que dispensa riquezas e apenas se sente dentro de cada um de nós?
Feliz Natal para todos!
