O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, alertou hoje para o “risco de manipulação”, em tempos marcados por “‘fake news’ e verdades paralelas”.
Para o sacerdote, que falava na abertura das IV Jornadas de Comunicação Social, promovidas pelo Santuário de Fátima, subordinadas ao tema “Comunicar para Construir”, uma reflexão sobre a comunicação social “torna-se imperativa”, numa altura em que, com as redes sociais e todos os conteúdos que elas divulgam, “dá muito trabalho estar bem informado”.
“Impõe-se repensar a comunicação”, advogou Carlos Cabecinhas que, perante dezenas de participantes, sublinhou a importância dos meios de comunicação social para a projeção do fenómeno de Fátima.
Segundo o reitor, “a relação entre Fátima e os meios de comunicação não é um facto recente”, pois desde o início [1917] “os meios de comunicação social fora presença habitual” na Cova da Iria.
Esta circunstância levou Carlos Cabecinhas a reconhecer que a História de Fátima “faz-se, também, através das notícias sobre Fátima”, cujo fenómeno é, também ele, “um fenómeno de comunicação [de uma mensagem]”.
Por sua vez, Dário Viganó, vice-chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e das Ciências Sociais e antigo diretor do Centro de Televisão do Vaticano, chamou a atenção para a “mudança de cenário” da comunicação social operada pelo desenvolvimento das redes sociais.
Para Viganó, com o desenvolvimento da internet, as pessoas tornaram-se um misto de produtores/consumidores de informação, dada a facilidade de feitura e difusão de conteúdos.
Estas jornadas, cuja manhã de trabalhos contou também com uma visita à exposição temporária “Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória”, prosseguem durante a tarde com quatro oficinas práticas, sobre Assessoria de Imprensa, Vídeo, Som e Redes Sociais.
Está também prevista uma conferência sobre “A importância da voz na construção das histórias”, pela animadora de rádio Ana Galvão.