Filipe Teixeira, 52 anos de idade, advogado, assumiu recentemente a sua segunda presidência do Rotary Clube de Almeirim. Este membro fundador do clube já ocupou vários cargos na organização, entre eles a presidência no ano rotário de 2006/2007.
Entre os objectivos traçados para o seu mandato, o novo presidente quer apoiar as instituições do concelho na resposta à Covid-19.

Assumiu recentemente a presidência do Rotary Clube de Almeirim. Apostas para o futuro?
Os Rotary’s, por norma, indicam um presidente com dois anos de antecedência, e que acaba por ser eleito com um ano de antecedência. A filosofia subjacente a este modelo é obrigar à rotatividade de cargos pelos seus membros e, dentro dessa rotatividade, assegurar uma continuidade. Em teoria temos muito tempo para planear o nosso ano. Como deve imaginar, tudo aquilo que tinha idealizado ficou comprometido, de certa forma, com a pandemia da COVID19. Tivemos de nos adaptar a uma realidade nova e desconhecida, surgiram novas prioridades na nossa comunidade e, neste momento, o plano de actividades procura assegurar elasticidade de acção e abertura para encaixar as surpresas que a COVID19 nos reserva.

Porque é que decidiu abraçar este desafio? 
Quando entramos para Rotary estamos cientes que podemos ser chamados a servir o clube em qualquer função, incluindo a de presidente. Dentro desse espírito, e porque os meus companheiros decidiram que este seria o meu momento de servir como presidente, assim aconteceu. Irei ocupar o lugar pela segunda vez em 17 anos, mais experiente, mas com grande expectativa como se fosse a primeira presidência.

Quais os principais objectivos do seu mandato? 
Tenho dois grandes objectivos, internos e externos. Ao nível interno, pretendo manter o muito bom espírito de companheirismo que existe no clube, alargado às respectivas famílias. Os companheiros têm de sentir-se confortáveis, úteis e envolvidos na vida do clube, têm de sentir que vale a pena participar, porque de facto o ambiente é bom e estamos a fazer aquilo a que nos propomos: servir as nossas comunidades. No plano externo, e na medida do possível atendendo às contingências da pandemia, tencionamos ajudar as IPSS do concelho de Almeirim com projectos específicos, promover os ideais de Rotary na nossa comunidade com a homenagem ao Profissional do Ano e ao Aluno Melhor Companheiro, desenvolver algumas parcerias e promover algumas palestras no enquadramento dos nossos projectos.

Que iniciativas tem o Rotary de Almeirim programadas? 
Como referi, as iniciativas do clube estão condicionadas pela pandemia. Desde logo, os projectos financiados vão ser direccionados para apoiar as instituições na resposta à Covid-19, e assim ajudar as IPSS do concelho. Gostaria de dar continuidade a outros projectos como o “Dress a Girl”, reforçar a nossa parceria com a Câmara Municipal de Almeirim e o Centro de Saúde, no âmbito do banco ortopédico, preparar um programa de bolsas de estudo e reforçar a colaboração com o Núcleo Rotary de Desenvolvimento Local.

O Rotary de Almeirim realiza, anualmente, a entrega de prémios aos melhores alunos do concelho e distingue também um empresário da região. Qual é importância deste tipo de apoios e homenagens? 
O Rotary reconhece a importância de todas as ocupações, o que é comprovado pela diversidade de profissões representadas na nossa organização. E sendo a missão de Rotary servir o próximo, difundindo altos padrões éticos e promovendo a boa vontade, paz e compreensão mundial por meio da consolidação de boas relações entre líderes profissionais, empresariais e comunitários, a homenagem ao profissional reveste-se de um simbolismo especial para o Movimento Rotário e para o nosso clube. Com a homenagem ao profissional do ano, pretende-se mostrar que qualquer cidadão pode servir a comunidade através das capacidades desenvolvidas na sua profissão. Destacar um profissional é, não só uma forma de agradecimento pelo seu trabalho de serviço à comunidade, mas também de inspiração para outros seguirem um percurso de realização pessoal e profissional.
Quanto ao Aluno Melhor Companheiro, pretende-se homenagear jovens que igualmente demonstrem elevado sentido ético, que promovam boa vontade entre os seus colegas e amigos e que, com a sua atitude perante a vida, sejam elementos positivos e geradores de bem-estar na comunidade.
Devo referir que, por norma, os homenageados não procuram fama e ficam surpreendidos por alguém os querer homenagear por serem quem são. Faz parte da sua natureza servir sem esperar nada em retorno, por essa razão a homenagem tem um sentido muito especial.

O Clube poderá ter um papel mais interventivo na sociedade almeirinense? 
A questão é saber em que medida podemos servir e servir com qualidade. A sociedade civil de Almeirim é muito participativa. Temos uma grande diversidade de respostas sociais, culturais e desportivas, e o Rotary Clube de Almeirim não pretende concorrer com essas iniciativas. O nosso papel é reforçar essas instituições através de parcerias, ajudando no acesso à informação, divulgação e, quando possível, com projectos para aquisição de material específico, como foi o caso recente da entrega de material de protecção civil às IPSS do concelho em resposta à Covid19.

Como pode Rotary projectar a sua imagem e comunicar melhor a sua intervenção em favor da comunidade?
Essa é uma questão interessante e alvo de muito debate. É difícil equilibrar o servir sem nada esperar em retorno e publicitar o clube de forma a atrair mais companheiros e parceiros que se identificam com o nosso espírito de servir. Necessitamos de ser conhecidos pela nossa actividade, mas com reserva relativamente à ajuda que prestamos. Rotary não é vaidade nem interesse pessoal, é servir, e nesse aspecto a história do Rotary de Almeirim fala por si.

Leia também...

“No Reino Unido consegui em três anos o que não consegui em Portugal em 20”

João Hipólito é enfermeiro há quase três décadas, duas delas foram passadas…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…

O Homem antes do Herói: “uma pessoa alegre, bem-disposta, franca e com um enorme sentido de humor”

Natércia recorda Fernando Salgueiro Maia.

“É suposto querermos voltar para Portugal para vivermos assim?”

Nídia Pereira, 27 anos, natural de Alpiarça, é designer gráfica há seis…