Potencial não falta à cidade de Santarém, mas tem faltado capacidade de concretização de planos e estratégias que há muito estão identificadas e são consensuais.
Esta foi uma das conclusões do debate “Estratégias de valorização do Turismo e Habitação no Centro Histórico (CH) de Santarém”, que se realizou hoje, 04 de Novembro (quarta-feira), e que juntou Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara de Santarém, Hugo Pedrosa, presidente da ACES, Francisco Pombas presidente da AMCHS, do docente na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, Fernando Completo, de Tim Vieira, investidor, membro do painel do programa Shark Thank Portugal e Ricardo Pereira Gonçalves (investidor imobiliário no Centro Histórico de Santarém).
Organizado pela Associação de Moradores do Centro Histórico de Santarém (AMCHS) e a Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES) o debate, moderado pelo director do Jornal Correio do Ribatejo, João Paulo Narciso, cruzou diferentes perspectivas sobre a forma como se poderá potenciar a cidade.
“Estratosférico” foi a palavra mais utilizada pelos oradores: todos concordam que a cidade é um “diamante em bruto” que, devidamente lapidado pode gerar dinâmica económica.
Neste debate, o presidente da autarquia, Ricardo Gonçalves, apelou, mais uma vez, à necessidade de todos participarem neste desafio da reabilitação do casco velho da cidade.
“Estamos a trilhar caminho. Mas este é um trabalho de todos, com todos”, afirmou o autarca, que apontou dados do Instituto Nacional de Estatística que mostram um crescimento das dormidas no concelho (de 43.155 em 2012/13, valores de Setembro a Setembro, para as 57.444 em 2015/16), um ligeiro aumento da estadia média (de 1,7 dias para 1,8) e também de unidades de alojamento local.
Em relação ao turismo, Ricardo Gonçalves referiu o plano que está a ser implementado e que incide no património histórico, cultural e religioso; o património enogastronómico; eventos e programação cultural; lazer, desporto e natureza; rio Tejo; serras de Aire e Candeeiros; e turismo rural.
Os outros três propõem uma estrutura de governança, a formação e qualificação e a requalificação urbana e valorização turística de infra-estruturas e equipamentos.
“O turismo tem sido o nosso cavalo de batalha”, disse, por seu turno Hugo Pedrosa, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), que deixou um apelo: “é preciso agir de imediato para atrair pessoas e evitar que o comércio continue em declínio”.
É precisamente a falta de pessoas no Centro da Cidade que a Associação de Moradores do Centro Histórico de Santarém quer contrariar. Mas, para isso, é necessário que se criem condições, em particular bolsas de estacionamento, e se recupere o edificado, segundo defendeu Francisco Pombas.
Uma opinião também defendida por Ricardo Pereira Gonçalves, investidor imobiliário no Centro Histórico de Santarém. “Temos de vencer a batalha da inércia”, defendeu.
Para Tim Vieira, Santarém precisa de se saber “vender”, adoptando estratégias de comunicação eficazes. “Há que fazer acontecer”, disse o conhecido investidor, membro do painel do programa Shark Thank Portugal.
Fernando Completo, docente na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e que elaborou o Plano Estratégico de Valorização Turística para o concelho de Santarém subscreve: “Temos de colocar o rio a correr ao contrário. É Lisboa que está próxima de Santarém e não o contrário”, afirmou.
Tratou-se da segunda ronda de debates lançado pela ACES e AMCHS que pretende lançar um novo olhar sobre a zona histórica de Santarém no sentido da sua efectiva valorização, assim como encontrar soluções de compromisso para alguns dos problemas sobejamente conhecidos, mas que continuam a aguardar resolução, nomeadamente, a falta de segurança, especialmente durante a noite, limpeza, sobre-população de pombos e outras pragas, a degradação de passeios e pavimentos, estacionamento anárquico, entre outros.
Como principais tópicos a debate estiveram as “Estratégias de Curto Prazo para valorização do Turismo e Habitação no CH; Estratégias de Médio Prazo para valorização do Turismo e Habitação no CH e Impacto destas estratégias nos restantes sectores de actividade, nomeadamente no Comércio.
*Notícia desenvolvida na edição de 13 de Novembro